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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Qua | 26.02.14

Sociedade com gordura a mais... no cérebro

Tantas fotografias maravilhosas que mostramos diariamente, de bailarinas nas mais variadas posições, nos mais variados cenários... e todas magras, algumas pele e osso. Será esta bailarina menos digna de umas pontas e de uma fotografia maravilhosa por ser mais pesada? Será menos digna de conseguir um trabalho na área? Será má no que faz? 

 

 

 

 

 

Esse estereótipo de corpo magro ser o perfeito devia ser revisto e ultrapassado. O mais saudável? Talvez (e dependendo). Mas não compreendo porque é que pessoas que dançam e têm alguma barriga e pernas grossas (tipo eu, boa? :D) são menos aceitáveis que as outras para trabalhos na área, principalmente no que toca a Companhias ou a Televisão. Acho só ridículo.

 

Mas já que não se pode tocar no tradicionalismo da dança clássica, que tal falarmos da dança contemporânea?

Fala-se tanto nesta tão inovadora variável e na sua maravilhosa captação do realismo através do movimento, que uma pessoa até fica com esperança. Mas eu continuo só a ver Companhias com raparigas esqueléticas, com os mamilos a saíram directamente da caixa torácica e não de um visível peito. Realismo não o consigo encontrar. O mais grave é que a sociedade já pensa da mesma maneira, mesmo nao percebendo nada de dança. "Aquela é mais bem feita, dança melhor". Isso então, é daquele tipo de ignorancia que cada vez se ve mais e que eu cada vez suporto menos.

 

Aiiiiii, sociedade de merdaaaaaaaaaaa. O que fazer connosco?

 

Ter | 25.02.14

Os 10 pensamentos "random" do dia

1 - Hoje soube que é possível em algumas faculdades passar logo para o doutoramento sem fazer o mestrado. Isso acontece quando se acaba a licenciatura com mais de 16 de média. E eu assim percebo finalmente a quantidade de doutores com a maturidade de uma ervilha que por aí andam;

 

2- Porque é que algumas pessoas que estão com dificuldades financeiras se enfiam em tudo o quanto são actividades (bem) pagas, pedindo dinheiro aos outros emprestado, e sabendo que não conseguirão pagar-lhes de volta tão cedo? E porque é que, quando têm oportunidade de pagar, ainda gastam o dinheiro que recebem assim à cara podre em coisas banais como saídas à noite e roupa?

Cada um com a sua conciência, meus amigos. Eu cá com uma dessas, não conseguiria levantar a cabeça do chão;

 

3 - Porque é que as pessoas que trabalham nas bancas dos churros não usam luvas? É que hoje vi uma a enfiar o dedo no nariz (com bastante intensidade, devo referir) e a ir rechear um churro de chocolate 5 segundos depois. (não sei com que vontade voltarei a comer um);

 

4 - Há senhoras idosas que só gostam de se fazer de "velhinhas coitadinhas" nos transportes públicos e nas filas de supermercado. Tudo por um lugar sentado ou um atendimento mais rápido. Vai-se a ver e estão frescas que nem uma alface. Que nervos!

 

5- Há gente que insiste em se inscrever em agências de trabalhos para bailarinos, actores e afins sem qualquer tipo de experiência e/ou formação. Só me pergunto se estão à espera que o mercado de trabalho lhes caia do céu sem mexerem os flancos, só por serem lindo(a)s e magro(a)s (que ás vezes também não são);

 

6- Tenho Professores na Faculdade que depois de cada aula que dão, me fazem questionar se tiraram o curso da mesma maneira que o Sócrates, ou se simplesmente se acham boas demais para partilhar a sua genialidade (cof cof);

 

7 - Mas a média de entrada em Jornalismo é de 17,5 por alma de quem? 

 

8 - Porque é que o Sol não se decide a vir de vez? É que carregar o guarda-chuva cansa;

 

9 - Acho interessantíssimo que canais televisivos e produtoras de eventos tão conceituados não tenham dinheiro para pagar aos bailarinos... já não sabem disso antes dos trabalhos serem iniciados? Então para que é que os contratam? Para os tentar vencer pelo cansaço e fazê-los trabalhar de graça? 

 

10 - Enquanto escrevia este post, apareceu-me uma janela de um vírus a dizer "Estás morto, bacano!". Mau presságio? :P

Dom | 23.02.14

Mr. D(estino)

Hoje, em conversa com o meu namorado, apercebemo-nos que, antes de nos conhecermos, existiram mil momentos e oportunidades em que o poderíamos ter feito:

- a tia dele é casada com o meu tio, portanto, temos primos em comum e a familia Ribeiro e Duarte unida em Viseu. Das vezes que lá fomos, cruzar-nos poderia ter sido mais do que óbvio... mas nunca se deu;

- uma festa de Carnaval à qual eu não pude ir porque tinha treino... mas que ele foi;

- um filme em casa de um conhecido, ao qual não me apeteceu ir... mas onde ele esteve;

- um jantar onde ele e outrosforam ter com a nossa amiga em comum... mas onde eu já não estava;

- um espectáculo de dança da minha faculdade que ele foi ver e onde eu dancei mil vezes à frente dele... mas sem ele saber que eu existia (Esse momento está até filmado e mostra a minha pessoa a dançar em frente a ele, com o dito a olhar na minha direcção);

- a celebração desse espectáculo... à qual ele foi e eu não fui por estar cansada.

 

Tantas as vezes que não nos cruzámos por circunstâncias tão banais quanto as que referi. E sabe Deus quantas foram as vezes que nos cruzámos sem ligar à existência um do outro, como aquela vez que também já referi, do meu espectáculo. 

No entanto, chegou um momento da minha vida em que ali estava o João, do lado de lá do vidro do carro do Ivo, a acenar-me e a dizer aos amigos que tinha de me conhecer, no matter what. 

 

A vida é engraçada, e ao mesmo tempo assustadora. Não conseguimos mesmo saber o que nos reserva e quem nos está reservado. Há momentos em que desejamos sabê-lo, mais do que nunca. Sentimo-nos cansados, estagnados e até mesmo perdidos, e portanto queremos obter a derradeira resposta: "Valerá a pena?". 

Meus queridos, depois de algum tempo aos tropeções com o coração, no momento em que aquele que se diz hoje meu namorado me acenou e me mostrou pela primeira vez o seu sorriso, eu consegui obter a derradeira resposta: "Sim, vale a pena." Vale a pena perdermo-nos, achar que nos encontrámos e descobrir que errámos de novo a rota, vale a pena sentirmo-nos estagnados e cansados... mais tarde ou mais cedo, o mundo volta mesmo a girar para nós.

Muitas vezes, sentimos que há coisas ás quais não estamos destinados. Umas vezes estamos certos, outras vezes não. Eu acredito piamente que temos de nos mexer, se queremos que a vida ande para a frente e na direcção que aspiramos. Temos de lutar e fazer escolhas. Mas com a minha história e do João, deixei de conseguir acreditar que "o destino, somos nós que o fazemos." Creio que o fazemos, mas apenas com uma ingénua contribuição. Nós não conseguimos fazê-lo na sua totalidade. Não, o destino é um sacana gozão. O destino testa-nos. O destino trama-nos, goza-nos, ensina-nos. E por fim, o destino prova-nos que leva sempre a melhor. Leva-nos sempre a chegar onde é suposto chegarmos, utilizando de forma muito subtil as nossas escolhas, como se se tratassem apenas de "mais uma pitada de sal".

Eu "fugi" ao João durante anos, mesmo sem saber. Mas no momento certo, o destino lá o trouxe. Primeiro fez-me vergar a mola, deixou-me verter umas lágrimas e passar por uns quantos maus bocados. Mas no fim, fez-me também perceber que é quando nos sentimos mais perdidos que devemos aumentar a fé. Pensem nesses momentos de estagnação como um estado de "stand by". O destino é como o Pai Natal, tem de chegar a todos. E ás vezes, estamos apenas na sua lista de espera, e cabe-nos a nós viver cada dia com optimismo na alma e continuar a lutar, até que chegue o dia de o Mr. D nos trocar as voltas todas e colocar-nos de novo no trilho.

Nada acontece por acaso, e eu cá tenho de continuar a acreditar nisso. Desta vez o coração não sofre de amor, mas sofre de frustração e preocupação com o futuro, a nível profissional. Desta vez (e outra vez) o meu coração está em sintonia com o de mais mil (portugueses, principalmente). E por isso, o meu coração tem de aguentar e esperar, quietinho, na sala de espera. Esperem todos comigo, e juntos vamos fazendo a festa.

 

(Destino, despacha-te... and be kind, please)

Sab | 22.02.14

Consequências de ser Drama Queen

Eu sempre fui uma pessoa que ferve em pouca água, que explode em segundos e de tal maneira que leva dias a recuperar, vencida pelo cansaço das suas emoções. E aceitaria muito bem este meu "personality issue", se não me desse também para descarregar nos que mais amo, sempre que ando mais virada para o pessimismo, para o meu lado mais derrotista, ou de alta destruição. Acabo até por me sentir pior. Angustiada, triste e com uma sensação (hiper mega) permanente de culpa e de "és uma merda super mal cagada" sempre que me olho ao espelho. Por isso, hoje é único e exclusivamente para aqueles (poucos mas maravilhosos) que não têm medo dos meus caminhos mais rochosos...que continuam a segurar-me a mão e a aliviar-me o coração pela estrada fora, e que não se importam de tropeçar umas quantas vezes e coleccionar arranhões iguais aos meus.. Haja paciência, muito amor e amizade! Sou realmente uma sortuda por ter as melhores pessoas do mundo do meu lado.

Obrigado, obrigado, obrigado!

Um dia conseguirei compensar-vos por tudo *

 

http://www.youtube.com/watch?v=qQag6Efg7oY

 

Sex | 21.02.14

Psicologia da Batata

"Uma vez disseram-me que a viagem é melhor do que chegar ao destino. E eu pensei: Como?! Eu costumava pensar que existia apenas um caminho, um único que tínhamos de agarrar para chegarmos onde quiséssemos na vida. Mas se seguirmos esse caminho já traçado, não quer dizer que tenhamos de abandonar todos os outros. Eu percebi então que é o que acontece durante a viagem que conta. Os tropeções, as quedas, as amizades... é a jornada, e não o destino. Temos de acreditar... e eu acredito que o futuro vai-se encarregar de me levar até onde tenho de ir

 

 

Step Up 3D

 

 

A Ju a ver este filme com os alunos... o filme que já viu 10000000 vezes.

A Ju a reparar neste pequeno texto final. Nunca o tinha lido com atenção, ou levado a sério.

A Ju quer dançar. A Ju quer escrever. A Ju quer seguir dois caminhos diferentes, mas é só uma e acha que não chega para tudo nem para todos.

A Ju leva este pequeno texto como um sinalzinho de Deus a dizer: "Acalma lá aí a franga, mulher. O que tiver de ser, será. Ainda não decidi bem para onde vais, porque à tua frente estão milhares com crises existenciais mais graves. A paciência é uma virtude, minha filha... e eu pelos vistos esqueci-me de te fazer nascer com ela!"

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