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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Dom | 29.06.14

...

O mais perto que tenho de um filho é o meu irmão mais novo, e não consigo (não suporto, na realidade) imaginar o que seria perdê-lo... ainda para mais, perdê-lo tão cedo, e de uma forma tão estúpida (é mesmo esta a expressão). Perguntar-me-ia se Deus teria algo contra mim, contra ele. 

 

Hoje os meus pensamentos estão com a Judite Sousa, e com todas as mães ás quais arrancaram um grande pedaço de coração, sem aviso prévio.

 

É em dias como o de hoje que não consigo evitar questionar-me sobre muita coisa.

 

 

Sex | 27.06.14

Packing adventure

A 10 dias de pisar terras mexicanas, e sem grande tempo para a preparação devido ao trabalho, os "jotas" aproveitaram a pausa de ontem e decidiram começar a comprar o que falta, para iniciar a "packing adventure".

 

So help us God!

Ter | 24.06.14

Dilemmas de Madrinha

A minha afilhada vai ser batizada no Domingo de 6 de Julho. E eu, como madrinha, tenho tido algumas dificuldades em entender qual a prenda indicada a oferecer (para além das óbvias e necessárias para o ato do Batismo). A criança tem um ano e meio, e portanto não há assim nenhum brinquedo grandioso que ela estivesse à espera de receber apenas nos anos ou no Natal, e com o qual eu a pudesse surpreender no dia do Batismo... além de que, como madrinha, creio que não faz sentido oferecer algo tão "vulgar"e que nada tem a ver com o que vamos celebrar.

Talvez até nem fosse suposto oferecer-lhe nada, para além da vela, da concha, do vestido, dos sapatos, etc, etc... mas eu sempre gostei de ser mimada pela minha madrinha, com as mais pequeninas coisas que ela me deu no Batizado, na Primeira Comunhão, na Profissão de Fé... e por isso, quero seguir esses pequenos passos e poder usar o seu exemplo como inspiração.

Não vou ser uma madrinha vulgar. No way. Sei que é suposto ensinar à Rita o caminho da Fé, e fazê-la ver a importância da Igreja, incitá-la a ir à catequese... mas de mim, ninguem vai conseguir isso de forma convencional. Nos bons momentos, estarei lá para a felicitar e perceber o quão é abençoada, e nos maus estarei para a ajudar a levantar e a entender a Fé como uma força que vem de dentro para fora, e que nos ajuda a ser mais fortes do que pensamos ser, à partida. Nunca a incitarei a nada. Ela decidirá sempre o seu caminho, comigo a acompanhar.

NUNCA a minha madrinha me obrigou a nada, ou me "vendeu o peixe". Foi com momentos que colecionámos, juntas, a vida toda (e quase nunca diretamente relacionadas com a religião) que me fizeram decidir ser católica, e foi assim que me foi dando os ensinamentos que prometeu dar, da forma mais simples e subtil possível: vivendo, estando comigo, apoiando, entendendo.

 

Portanto, voltando à questão da prenda de Batismo... após a ideia de um "brinquedo" ficar arrumada, pensei no primeiro Livro de Orações, daqueles feitos com imagens fofinhas e infantis, indicadas precisamente às crianças. Mas parecia-me faltar qualquer coisa nessa prenda. "Valor", talvez. (até porque a criança ainda não sabe ler e terá muito mais piada oferecer esse livrinho quando estiver a aprender a fazê-lo) E por isso, fiquei-me pelo dilemma entre uma medalha ou uma puslseira de Ouro... que também é um pouco cliché, de facto... mas é algo que ela poderá guardar, que poderá voltar a usar, que a fará lembrar de mim, de nós, da minha promessa, da minha responsabilidade para com ela. E como mulher, mais tarde, reconhecerá o valor (material e sentimental) do acessório, e guardá-lo-á com carinho... talvez até o passe a um(a) filho(a) ou neto(a). 

 

Resta saber pelo que me vou decidir. (Adorava poder decidir-me pelas duas, mas o dinheiro não estica). 

Ser Madrinha dá trabalho, hein?!

 

 

Dom | 22.06.14

Much proud!

 

 

 

Tenho tanto orgulho em vocês! Apesar de não terem tido todo o grupo presente, conseguiram dar o vosso melhor  Mereceram todos os aplausos, todas as felicitações, e aquele abracinho! Obrigado por este ano <3  Para ambas as partes, foi de ensino e aprendizagem. Até breve! 

 Quero agradecer também à Academia Dance Etc, pelo apoio, pelo crédito e pela qualidade de todo o trabalho envolvente!

Esta é uma das partes deste trabalho que mais me fazem temer por uma úlcera nervosa: a preparação de um espetáculo. No entanto, a sua realização é sempre, para além de um alivio, uma enorme sensação de "missão cumprida"... e não há melhor que isso :)

 

E agora? Férias? 

A resposta continua a ser "nãaaaaao"

Mais trabalho, mais espetáculos para preparar... e felizmente, tudo o que envolve mais Dança.

 

 

Sab | 21.06.14

Maus dias, com boas notícias

 

Há dias que acabam por se revelar tão maus, que mais vale focarmo-nos na simples coisas que eles nos trouxeram de bom. Ontem, foi um mau dia, mas com a boa notícia de uma nota académica excelente. "Crítica de Dança" teve um final feliz com um 18 gordinho.

Para celebrar, substituindo o mau pelo bom, deixo-vos aqui a última crítica que tive de escrever para a Cadeira, baseada na peça de Anne Teresa de Keersmaeker, "Partita 2", que fez parte do Festival Alkantara deste ano, no passado mês de Maio. Devo dizer que a opinião não é a mais fofinha de todas, como foi a do Stomp. Gostos são gostos! 

Hope you enjoy it :)

 

 

Partita 2 de Anne Teresa de Keersmaeker

“O mínimo que não se tornou em máximo”

Por: Joana Duarte

 

Impacto… existem várias maneiras de o criar. E por vezes, esperamos “tanto” que o “pouco” é o que mais nos surpreende. Assim começa, simples e inteligente, a coreografia “Partita 2” de Anne Teresa Keersmaeker. Um simples rodopio de sensações consequentes da fusão entre o cenário verde e natural dos Jardins da Gulbenkian, o blackout e o som que sai do violino de Amandine Beyer, que toca Bach a um nível de invejar a muitos. A nossa imaginação flui, quase que de forma involuntária, e assim, a coreógrafa consegue aguçar a curiosidade do público para o que virá a seguir.

Infelizmente, as expetativas criam-se em vão. Se o primeiro momento da peça foi tão extraordinariamente bem conseguido, já o restante nem tanto. O ambiente de paz e misticismo que nos traz a abertura da peça é drasticamente interrompido pelo silêncio e pelo escurecer que traz a noite ao Jardim. Acende-se um foco de luz ao canto do palco. Naquele momento já existem dois bailarinos nele, muito movimento, um cenário vazio e nenhuma melodia.

Anne Teresa De Keersmaeker e Boris Charmatz  dançam uma coreografia extremamente repetitiva, que quase ultrapassa a linha ténue que separa o “interessante” do “cansativo”, e só não o fazem realmente devido aos seus movimentos serem tão divergentes: Ela, com a sua elegância e rapidez, e ele com a sua dificuldade angular, a sua impulsividade e descontrolo. Vão andando, correndo e movendo-se, dando muitas vezes a impressão de se encontrarem alienados do Mundo, e outras tantas de se encontrarem um ao outro.

Há também uma fusão entre o violino e os movimentos dos intérpretes, onde o público espera que haja uma certa sintonia, mas em vão.

Para os que entendem de dança, toda a peça poderia ser considerada um trabalho experimental… para os “leigos”, foi apenas um ensaio de uma coreografia mal pensada, pensamento que pode ser reforçado pela indumentária que apresentam, pouco cuidada e desproporcional a toda a produção.  

O final remete para o enaltecimento da violinista. Um foco de luz é colocado ao seu lado, e os intérpretes olham-na. Involuntariamente, o público olha também.

Início inteligente, final competente, mas desenvolvimento pouco convincente.  De facto, denota-se em toda a peça a assinatura do trabalho de Anne e Boris, mas a ideia de minimalismo que a coreógrafa quer apresentar é levado a um extremo negativo, que poderia ser confundido com “preguiça”. A tão famosa expressão de “Less is more” desta vez ficou-se pelo “Less is a mess”.

 

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