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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Qui | 31.07.14

México, day 4# Tempestade e bonança

Em primeiro lugar, quero apenas pedir desculpa pela minha ausência de 5 dias aqui no "estaminé"... creio que lamento mais eu do que vocês, que também estão de férias e têm mais que fazer. Comigo também funciona assim, de momento, mas levo este blog um pouco mais a sério do que talvez seria suposto...e a razão pela qual lamento estes 5 dias de ausência é apenas por ter um "Diário de Viagem" que ainda vai a meio, e que necessita de avançar para voltar à escrita em "tempo real".

 

Portanto, avançando... o 4º dia da minha/nossa aventura pela Riviera Maya:

 

É o dia sobre o qual talvez tenha menos para escrever. E porquê? Porque este foi um dos tais dias que reservámos para relaxar entre a piscina e a praia. Assim, o dia começou, como sempre, com o belo do buffet e uma manhã inteira na piscina dentro de água a beber "Miami Vice" e "Pina Colada" antes do meio dia. O almoço também passou tranquilamente, assim como a digestão feita no lobby a ouvir música, a beber um cafezinho e a aproveitar a Internet.

À tarde, rumámos à praia. O dia começava a ficar nublado, mas como o calor tinha até aumentado, não ligámos. O que é certo é que, resumindo muito bem a coisa, a primeira hora e meia fez-se na paz do Senhor, mas depois disso parece que Ele decidiu abençoar-nos com uma pequena tempestade tropical. Chuva, vento, trovoada... o mais desagradável possível. Confesso que fiquei um pouco assustada com a rapidez com que tudo aquilo aconteceu. Num segundo estávamos na água a disfrutar, e no segundo a seguir ouviu-se um trovão, as águas agitaram-se e caiu uma chuva tão densa que deixei de conseguir, por uns quantos minutos, ver o João e por onde se saía do mar. Com dificuldade, lá nos dirigimos às espreguiçadeiras onde se encontravam as nossas toalhas, que por essa hora já estavam ensopadas, assim como a nossa roupa. O staff obrigou-nos a esperar um pouco debaixo dos pequenos abrigos antes de sairmos da praia para apanharmos um dos "carrinhos de golfe" de volta ao Resort. E nesses minutos de espera, tive frio no México pela primeira e última vez.

Passado cerca de 20 minutos, rumámos de volta aos quartos. Apesar de ter continuado a chover, todo aquele Festival tinha acalmado um pouco. Tivémos então de ocupar o resto do nosso "sunset" a torcer toalhas e a tentar tirar-lhes o excesso de água com o secador. 

Depois de um final de tarde com um cenário tão péssimo que me fez crer que o resto das férias estavam arruinadas, veio uma noite sem chuva, sem vento, sem trovoada e com uma temperatura brutal. 

O México quis estragar-nos o final da tarde, mas deu-nos uma noite extraordinária para sair e aproveitar ao máximo :)

 

Sab | 26.07.14

México, day 3# Coba-Tulum (e parabéns a nós!)

A alvorada foi ás 7h da manhã para irmos naquela que seria a nossa primeira excursão no México. Como esta saía da villa de Tulum e não do Coba (só para relembrar, as Villas do Resort têm nomes de localidades próximas dali), aproveitámos para experimentar o pequeno almoço dessa "villa vizinha". A experiência estava a ser muito agradável até um corvo chegar e mandar três bicadas no meu croissant enquando eu ia buscar o meu sumo de fruta. É compreensível, porque o Buffet do Tulum é em espaço aberto, estilo "cabana gigante"... mas ainda assim, não foi lá muito fixe.

 

 

Um pouco depois da hora prevista, partimos no autocarro rumo ao primeiro destino. A ordem do dia seria visitar Tulum de manhã e Coba à tarde (as terras, não os resorts... eu sei, confusão danada). Pelo meio, teríamos direito a um almoço tipicamente mexicano algures. Começámos então, com um grupo muito porreiro, por ter uma visita guiada a todas as construções Mayas em Tulum, onde aprendemos um pouco mais sobre este povo tão falado no ano de 2012 devido à teoria do "Fim do Mundo". By the way, garantiram-nos que nunca os Mayas ou os mexicanos defenderam essa teoria, sabendo à partida que o calendário ali terminou devido a questões logísticas dos astros e por falta de recursos (eles lá sabem). O guia ainda brincou dizendo que ao menos tiraram partido dessa situação, porque a procura turística para aquela área aumentou consideravelmente, pela curiosidade das pessoas, e até mesmo pelo desespero de algumas em encontrar uma resposta concreta sobre o que afinal se iria passar no dia 21 Dezembro de 2012.

 

 

 

 

 Mas ainda falando acerca dos astros, aprendemos imenso sobre o tema e ainda tivémos a honra de testemunhar a existência dos observatórios que os Mayas construíram para visualizar as estrelas, fazer as contas (eram grandes físicos e matemáticos) para dar continuidade ao calendário; observámos também os dois postos onde se via com mais intensidade o Sol e a Lua, durante os equinócios. 

 

 

 

 

Seguidamente, foi-nos dada uma hora livre para descer até à praia local, onde o mar é mais bravo. Apesar de pequena e a abarrotar de turistas, aquela praia era lindíssima... e a água, claro, morna e transparente. Deu para aliviar um pouco do calor que se fazia sentir.

 

 

 

 

 Combinámos com o nosso Guia encontrar-nos em frente ao autocarro a uma determinada hora. No entanto, quando eu e o João lá chegámos (com pontualidade britânica) não havia nem autocarro, nem ninguém do grupo e muito menos o guia. Com medo de ali ficarmos, andámos em volta à procura do pessoal... mas aquela zona não é muito favorável a turistas perdidos, e imediatamente vieram dezenas de mexicanos, a perguntar se queríamos taxis ou boleias, por um determinado preço. Toda aquela insistência estava a tornar-se um pouco assustadora, e eu que saí de Portugal com toda a gente a dizer-me "Dê por onde ser, NUNCA entres num Taxi mexicano", comecei a entrar em parafuso. Felizmente que o João, com a sua calma e paciência, e com a ajuda da minha tradução para Espanhol, explicou-lhes que estávamos à espera de um grupo e de um guia, e que não precisávamos de ajuda. Fiquei a rezar para que isso realmente viesse a acontecer e que não tivéssemos sido nós a entender mal a hora ou o ponto de encontro (o guia tinha sido muito específico quanto à hora e disse que partia mesmo que faltasse alguém... how cute).

Felizmente, a malta começou a aparecer, assim como o autocarro com o guia... lá nos apercebemos que o nosso único erro foi termos dado ouvidos ao homem, porque lá, pontualidade é uma cena que não lhes assiste.

 

 

 

Seguimos então para o ponto turístico seguinte (ainda em Tulum): a herdade de Santa Cruz. Nela, vive uma família Maya, com os seus costumes antigos/tradicionais, como já não se vê em mais lado nenhum. Foi-nos possível observar o seu modo de vida, onde cultivam o milho, como subsistem (apenas com o que a natureza lhes oferece), onde dormem, independentemente das condições.

Descobrimos entretanto que eles produzem a pioneira Chiclet! Essa palavra é originalmente Maya, e proferia-se "sicte", que significava fluído vital/sangue, e ao qual mais tarde os Aztecas nomearam de "tzictli", que significava "pegajoso"; finalmente, e novamente com a evolução dos tempos, os espanhóis nomearam-na de "chicle". As chicletes começaram por ser produzidas através de resinas de árvores, e não tinham sabor. A sua evolução trouxe-nos as nossas tão afamadas pastilhas elásticas. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Continuando, ainda em Tulum visitámos um Cenote. E perguntam vocês, pacientes e curiosos leitores, o que é isso. A Ju explica: um cenote é uma cavidade natural que resulta do colapso de uma rocha, expondo assim as suas águas subterrâneas. É quase como uma piscina natural. Estas pequenas maravilhas da natureza são imediatamente associadas por toda a gente ao México, mais concretamente à Península de Yucatán, pois eram usadas antigamente pelos Mayas para vários sacrifícios humanos (pessoas, inclusive crianças, eram atiradas para os cenotes, dos quais era impossível sair e morriam afogados, cansados de nadar.) Hoje em dia são apenas pequenas maravilhas da natureza que nos proporcionam momentos únicos, pela sua beleza incomparável. E como tal, parámos para nadar num durante cerca de uma hora. Éramos nós e um grupo cheio de pinta a nadar numa piscina natural no meio da selva. Priceless.

 

 

 

 

 

 

Após esta manhã atribulada, seguimos para o tal restaurante mexicano, onde já nos esperavam. A esta altura, já eu e o João tínhamos feito amizade com uma família portuguesa (um casal e uma filhota de 8 anos), e durante o almoço, a Daniela (senhora do casal) contou-me que é Jornalista. A partir daí a conversa fluiu pelas experiências dela enquanto jornalista e pelos meus gostos em comum pela área. Eu já gostava dela antes de saber o que fazia... mas de facto, ouvi-la falar sobre as suas experiências "no terreno" ao longo dos anos, tornou-a ainda mais espetacular :)

 

 

Pondo de parte as profissões e as aspirações (estávamos de férias, certo?), seguimos para a nossa última paragem da excursão, em Coba: andar 4 kms a pé pelo meio da selva para ver as pirâmides Mayas. Felizmente, devido ao calor e ao facto de aqui a gordalhufa já estar com as "entrepernas" assadas, pudémos alugar uma espécie de triciclo, onde cada duas pessoas, sentadas, tinham um rapazito mexicano a levá-las a pedal pela selva fora. 

Apesar de me ter safado de ficar com as pernas em carne viva, enquanto explorasse o meio da selva (que nem pequeno Mogli), comecei a sentir-me desconfortável naquela situação de estar sentada com um mexicano a pedalar e a transportar o meu peso e do João, juntos, durante 4 Kms de caminhos inconstantes (e ainda diz a minha mãe que eu nasci para ser princesa). Apesar de saber que era o seu trabalho, ir ali sentada, divíssima, enquanto ele fazia um esforço físico danado, já me estava a dar comichões no cérebro. O João também se começou a sentir desconfortável com a situação, e para aliviar a tensão, tentou perceber se o rapaz gostava de futebol , e lá foi pelo caminho a discutir o Mundial com ele, em "Portanhol". O rapaz acabou por se descontrair connosco e contou-nos que tinha 26 anos, que era casado e tinha duas filhotas... que trabalhava ali a ganhar, em época alta, 10 euros por dia, e que não tinha folgas, mas que gostava do que fazia porque adorava o turismo. Posso dizer que foi a ÚNICA pessoa à qual démos gorjeta durante toda a estadía. Mereceu-a. 

 

 

 

 

 No meio da selva (literalmente), pudémos ver várias construções mayas. Entre elas, por exemplo, o campo de futebol, onde se jogava com uma bola de 3 kgs, que se impulsionava com a anca dos jogadores e que tinha de passar pelo meio de um aro pequeno. Quem "marcasse" golo era degulado em praça pública, entregando a sua alma aos deuses (se hoje em dia fosse assim, duvido que o Ronaldo tivesse tanta vontade de ser o Melhor Jogador); outro exemplo é a grande e conhecida pirâmide de Coba, onde ainda é permitido subir ao topo, apesar do perigo devido ao desgaste das pedras que a constituem. Ainda assim, havia montes de turistas a subir e a descer (a maioria a descer sentados, vá-se lá entender). O João também quis subir, e lá foi... sozinho. Eu fiquei-me praí pelos 10 degraus, porque ao menos se me desse para cair, não era queda para me matar. Claro que perdi uma vista maravilhosa sobre selva cerrada, que o meu namorado fez o grande favor de fotografar e atirar-me em cara. O que é certo é que ele no dia seguinte estava todo partido e eu fresca que nem uma alface. 

 

 

 

 

 

 

 

 No percurso de volta, pudémos observar a pura e dura realidade do México: o 8 e o 80, a pobreza extrema em contraste com a riqueza excessiva. Era algo que eu queria muito observar, não me perguntem porquê. Não que se encontre algum tipo de beleza ou entretém na pobreza dos outros. Simplesmente não queria que esta viagem se confinasse ao luxo de um Resort, porque se assim o fosse, nunca poderia dizer que tinha realmente conhecido o México. É de facto triste, verificar as condições em que vive a maioria daquela população. Mas em contrapartida, a sua essência, a esperança, a garra com que enfrentam o dia a dia, a paixão pela sua cultura e pelo seu povo, a sua espiritualidade, é algo que eu creio que deveria servir de inspiração a toda a gente. 

 

 

 

Regressámos ao Resort estoirados, ao final da tarde. Aproveitámos para ainda dar um mergulho na piscina, relaxar e ganhar forças para comemorar pela noite fora, os 16 meses de namoro que celebrávamos naquele dia <3

 

 

Sex | 25.07.14

México, day 2# Bienvenidos a México!

No dia seguinte (e por milagre) acordámos sem "maselas" do dia anterior, e com uma vista que nos deu vontade de saltar para a rua.

 

 

 

 O sono foi posto em dia e, felizmente, não nos debatemos mais com a diferença horária. Acordámos cedinho, e depois de um pequeno-almoço buffet super variado e com uma quantidade de sumos de fruta naturais que dificultava a eleição, seguimos para uma reunião de portugueses no Anfiteatro do Resort, onde nos explicariam NO NOSSO IDIOMA (coisa rara de se encontrar no turismo na maioria dos países) alguns procedimentos dentro do Grand Bahia Príncipe, e onde nos elucidariam sobre as excursões que poderíamos fazer fora dali.

 

 

Das que já tínhamos ouvido falar, e de acordo com alguns preços que já tínhamos pesquisado, levávamos três em mente, mas fizémos algumas alterações nos planos, depois das ofertas serem expostas. Eram de facto imensas, e apesar de termos vontade de fazer todas, sabíamos que pelo menos o número que tinhamos acordado era para manter, com o objetivo de aproveitar os restantes dias a descansar e a aproveitar devidamente a piscina, a praia e tudo o mais que o Resort tinha para oferecer. Assim sendo, as três eleitas foram: "Coba-Tulum", "Xcaret" e "Azúcar, Tequilla e Sal" (as quais explicarei, uma a uma, mais para a frente).

Pelo facto de sermos um dos casais com mais excursões agendadas (há quem prefira aproveitar o relax do GBP a semana inteira, mas nós somos bichos curiosos e incapazes de permanecer quietos), lá consegui convencer o Staff a deixar-me nadar com os golfinhos do "Delfinário" (sim, até isso o Resort tinha) a um preço super amigável. Era uma ideia que eu levava na cabeça, já que no México fica muito mais barato obter esta experiência do que em Portugal, com ou sem desconto :)

Assim, numa manhã, tudo ficou planeado e agendado. Claro que, saindo dali, saltámos imediatamente (e pela primeira vez) para a piscina do "Coba", que ficava praticamente ao lado do nosso quarto. E devo dizer que, para além de ser enorme e de ter a temperatura ideal, o ambiente envolvente também era extraordinário.

 

 

 

 

 

Dentro da própria piscina existia um bar onde, ainda dentro de água, podíamos sentar-nos e pedir as nossas bebidas "à la carte" (peço desculpa se, para alguns de vocês, algumas descrições possam soar labregas, mas nem toda a gente coleciona estadías em lugares assim todos os Verões!); havía música, para criar um ambiente mais descontraído (curiosamente, tinham eleito aquele dia, o "Dia de Portugal"... pelo que reconhecemos imediatamente vozes como Ana Malhoa, Dzrt, Boss AC e Tony Carreira toda a manhã) e atividades variadas sempre a decorrer, para todos os gostos, a horas diferentes. A minha preferida foi "Aquafitness", onde um grupo de excelentes dinamizadores nos punha a fazer coreografias divertidas dentro de água e depois nos dividia em grupos para "Duelos". Os vencedores faziam a fila do "Conga"  em amena cavaqueira, e o pessoal do Staff saltava para dentro de água e abria uma garrafa de Tequilla para partilhar com a malta (euzinha a beber antes do meio-dia, porreiro).

 

 

 

 Depois de uma manhã em cheio, seguiu-se o almoço e a hora da digestão, que foi quando aproveitámos para ir para uma das esplanadas do Resort beber um café (queimado que doía... nesse aspeto ninguém bate Portugal) e usufruir da hora de internet grátis à qual tínhamos direito, por dia. À tarde rumámos (num dos tais "carrinhos de golfe") à praia. Claro que quando lá chegámos parecíamos dois jovens do Interior que nunca tinham visto o Mar. Ficámos de boca aberta (atrevo-me a dizer que literalmente). Areia fina e suave (parece que estou a fazer publicidade aos pensos higiénicos); água de uma transparência inacreditável e a uma temperatura de 27 graus (segundo nos informaram e pudémos constatar), cheia de peixes das mais variadas cores a nadar entre nós.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Escusado será dizer que passámos a tarde no Mar. Areia só a pisámos para nos irmos refrescar com as bebidas do "Coco Beach Bar", sentados nas suas cadeiras de baloiço de corda. O João apaixonou-se por uma bebida alcóolica que nomearam de "El Mar". Não me perguntem o que continha, só consegui avistar o Rum a ser despejado. Sei que temi pela sobriedade do rapaz e pelas minhas costas se tivesse de o carregar :P

 

 

 

 

 

 

 Quando o Sol se começou a pôr, colocámos as espreguiçadeiras à beira da água e ali ficámos a ouvir e a sentir as ondas, a apreciar o silêncio das vozes e no entando, a apreciar a companhia um do outro. Há momentos que não se conseguem explicar, e esse de facto, foi um deles.

 

 

 

 

Depois do jantar, rumámos ao Anfiteatro onde já tínhamos estado para a "reunião de portugueses" para ver um "Show de danças latinas". Como animação esteve muito bem, o cenário tinha qualidade, era colorido, alusivo ao espaço, as bailarinas eram bonitas e com um corpo atlético (eram BOAS, e não magras ;))... mas eu, pelo meu lado mais conhecedor da coisa, creio que houveram algumas falhas a nível da técnica, da química dos pares e até mesmo da coordenação.(Mas vá, tentei livrar-me dessas "minhoquices" para apreciar o momento apenas como espetadora que estava de férias.)

 

 

 

 

 

 

 

 Chegámos ao final do dia com aquele típico cansaço de quem não faz "nada". E tão bem que soube!

Seg | 21.07.14

México, day 1# Voando...enjoando

Quando entrámos no avião, que nos levaria a fazer uma paragem em Santa Maria (Açores) e nos levaria depois diretos a Cancún, eu já ia mentalizada das 12 horas de viagem. Ia até preparada, com dois livros para ler, filmes para ver no Tablet, música no Ipod e até o Correio da Manhã na mão, para me ir atualizando. No entanto, quando me apercebi que os nossos lugares seríam nos bancos do meio, comecei a premeditar que a viagem seria mais longa do que pensava. Eu não sou de muitas manías, mas entre as que tenho (porque TODA a gente tem alguma), uma delas é a de ir à janela, seja em que transporte for... e neste caso, mais longe de uma não podia estar. Estava encafuada entre o João e um senhor que eu não conhecia de lado nenhum. Senti-me um pouco claustrofóbica, mas lá tive de aguentar à bronca.

 

 

Como prevía, foi um voo "animado": quando parámos em Santa Maria para abastecimento, era proibído levantarmo-nos e ligar qualquer tipo de aparelho eletrónico, durante uma hora e meia (BORING); tivémos um bebé à nossa frente constantemente aos gritos e a chorar (ainda que seja um bebé e que não esteja, de todo, a fazer por mal... cansa, irrita, chateia); levámos com uma turbulência de tal modo, que finquei as unhas no braço do João quando o avião perdeu, de repente, uma altitude que viémos a constatar ter sido consideravelmente grande... o resultado foi uma data de pessoas a vomitar e eu com lágrimas nos olhos (nem sei bem se de nojo, de pânico ou de stress).

Quando finalmente metemos os pés em terra, tínhamos uma fila enorme de espera para nos verificarem os passaportes. Eu já nem sequer me importei c isso, achei que já tinha passado o pior e que dali a um tempo estaria finalmente num Resort 5* a comer e a dormir.

 

 

 

 

Não estava preparada para chegar ao "levantamento" das malas, e a minha não estar lá! Aí descarrilei de vez, furiosa e ao mesmo tempo sem querer acreditar que aquilo me estava a acontecer, que de facto estava a dirigir-me à reclamação de bagagem, em pleno México. Nesse posto, um senhor com cara de quem não lhe apetecia muito trabalhar, apresentou-me uma data de burocracía para preencher. Perguntei-lhe em bom Espanhol (porque, modéstia à parte, depois de ERASMUS,nunca mais lhe perdi o jeito), para que servia toda aquela papelada, ao que o senhor me respondeu que era para me contactarem SE a mala aparecesse. Aquela expressão e tom de dúvida quase me fizeram sacar do meu dicionário mental de asneirões em Espanhol, mas antes que isso fosse necessário, chegou um mexicano com uma mala pela mão, a perguntar quem era a "Rôana", porque a mala tinha caído do tapete rolante atrás da zona visível ao público. Nem tive tempo para respirar de alívio, porque o nosso Transfer para o Resort já podería até ter partido sem nós, dado o tempo que demorámos por causa do sucedido. Para ajudar, ainda nos obrigaram a abrir as malas para nos revistarem. Nós cheios de pressa, a prever ter de gastar um dinheirão em Taxi no meio daquele país que tem uma fama gigante de tráfego humano através desse meio de transporte, e uma senhora a revirar as nossas malas como quem revira a gaveta das meias para encontrar as preferidas em dia de festa. Até o João, que tem uma paciência de santo para tudo e um otimismo difícil de quebrar, já começava a ter salientes as veias da testa. 

Após sermos autorizados a passar, corremos para a saída do Aeroporto... e assim que as portas se abriram, sentimos o maior choque de clima de sempre. Com a humidade atroz, sentimos imediatamente as t-shirts a colar ao corpo e os pés a escorrer água, ainda que estivéssemos de chinelos.

 

 

Fomos diretos para o autocarro que nos foi indicado e que estava apenas à nossa espera (devo dizer que, nesse aspeto, foram uns amores)e que ía levar-nos, finalmente, de encontro ao Resort Bahía Príncipe. Este está dividido em 4 "villas", de seus nomes: Coba, Tulum, Akumal e Sian Kahan. Todos possuem os mesmos serviços:quartos (divididos por casinhas, e não fechados em hotel), piscinas, restaurantes, Buffets, SPAS, lojas, salas de espetáculo... e no entanto, são todos super distintos a nível arquitetónico, o que faz com que cada um seja único à sua maneira. O nosso eleito foi o Coba, porque foi o que nos tinham aconselhado. E visto que, apesar de termos o quarto nessa Villa, podíamos usufruir das outras três de igual modo, constatámos no final que, de facto, fizémos a melhor escolha (na nossa opinião).

 

 

Sendo que as Villas eram todas consideravelmente grandes, as pessoas deslocavam-se entre elas numa espécie de carrinhos de golf, que passavam de 15 em 15 minutos por determinadas zonas, e que eram guiados por mexicanos eleitos para o cargo.

Mas voltando à parte da chegada ao Resort...estávamos tão de rastos(com o Jet Lag a fazer efeito),que mal conseguimos apreciar e entusiasmar-nos com o que tínhamos perante nós. Nem mesmo ao termos, no lobby do "Coba", um grupo de músicos a cantar a tão afamada "La Cucaracha" para nos desejar as boas vindas.

 

Fomos apena colocar as malas ao quarto (grandeeee) e ir ao Buffet comer qualquer coisa. Era hora de jantar no México, mas para nós, ainda em hora portuguesa, eram para aí 2h da manhã (há uma diferença de 6 horas entre os dois países). 

O Buffet contava com uma quantidade enorme de comida. Havía especialidades de todos os países, e uma variedade surpreendente, a uma qualidade elevada. Infelizmente, naquela noite, os "Jotas" não queriam apreciar o que comiam... apenas evitar uma dor de estômago ou uma fraqueza, e cair na cama King Size até à manhã seguinte.

 

 

Seg | 21.07.14

Travel Diary is ON

E é hoje que inicio então o resumo (muito resumido, mesmo) da aventura dos "Jotas" por terras mexicanas. Ainda que "doa" um bocadinho neste momento relembrar os pormenores e sentir-lhes o gostinho, porque se pudesse ainda lá estava. Dizem que "recordar é viver", mas neste momento para mim significa um pouco deprimir também.

Porque é que o que é bom passa depressa, e o ótimo passa à velocidade da luz? 

 

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