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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Ter | 09.07.13

Pessoas erradas, pessoas tóxicas

 
 
 
Quando o destino nos cruza com determinadas vidas, essas nem sempre estão destinadas a permanecer nas nossas. Algumas delas vão embora tão rápido quanto chegaram, outras vão e voltam como nómadas que não compreendem nem apreciam o conceito de "casa", outras vêm e permanecem como uma constante que gostamos de possuir... e ainda existem aquelas que acreditamos piamente que vêm para permanecer, que nos fazem insistir nessa permanência e depois, de um momento para o outro nos fazem entender que não devíamos ter insistido tanto para que ficasse e fizesse parte de nós. Essas são as vidas perigosas que se cruzam com a nossa, "as nossas pessoas erradas", que nos desorientam o rumo. Por mais "certa" que pareça a sua permanência, por mais que nos proporcione bons momentos ou nos faça sentir especiais, mais tarde ou mais cedo conseguimos ver os danos colaterais, que vão chegando de mansinho. 
O problema é que quanto mais tarde nos apercebemos desses danos colaterais, mais difícil será repará-los. 
Algumas vezes apercebemo-nos a tempo de agir com calma. Outras vezes vamos deixando andar...essa vida começa a tornar-se tóxica em contacto com a nossa.. e quanto mais tempo deixamos passar mais habituados ficamos ás toxinas e menos nos apercebemos delas. Habituamo-nos a viver com elas, a respirá-las. E só quando nos encontramos realmente doentes, entendemos que temos de agir drasticamente.
 
Gostaria (aposto que eu e o resto do Mundo) de poder evitar isso. De ter um detector de "pessoas erradas", que fizesse perceber de imediato quais são as vidas que são tóxicas e portanto incompatíveis com a nossa. É algo que não existe e que em muitos momentos daria muito jeito. Mas o que é certo é que se pensarmos bem, temos de arriscar intoxicações. Afinal, sem deixarmos entrar as "pessoas erradas" nas nossas vidas, jamais poderemos descobrir as "pessoas certas",  as que são portadoras do antibiótico para eliminar todas as toxinas.


Joana Duarte