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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Qui | 29.07.10

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"Há muitos tipos de corações."

 

 

 

Margarida Rebelo Pinto

 

 

 

Ao lermos este (micro) excerto, temos a necessidade instintiva de encontrar a definição do nosso. De arranjar palavras que descrevam o coração que temos cá dentro, o que o caracteriza para além de bater e bombear sangue para o resto do corpo, arranjar palavras para descrever aquilo que desesperadamente queremos demonstrar, aquilo que faz dele não UM coração, mas sim O coração.

 

Talvez a partir do momento em que lhe arranjemos uma definição, consigamos desculpar-nos das opções que tomamos a toda a hora, talvez consigamos justificar a nossa maneira de lidar com determinadas situações, talvez até seja mais fácil darmos a entender aos demais porque é que algumas pessoas seguem um determinado tipo de valores, enquanto que outras escolhem quebrá-los. Talvez consigamos dormir em paz connosco próprios, sem nos preocuparmos com aquilo que os outros possam pensar, porque nós já sabemos, já conseguimos uma definição para Aquele que está cá dentro e não está em mais sitio nenhum, aquele que só mostra aquilo que consegue e aquilo que quer, nunca estritamente aquilo que deve.

 

 

Se querem arranjar uma definição pronta e palavreada, aconselho-vos a ler a crónica completa da Margarida (que é excelente, by the way)... se preferem continuar a ser masoquistas e a tentar arranjar as vossas próprias desculpas para toda a porcaria que aí vai dentro misturada com boas intenções e muitos objectivos de vida sonhados e expressados através do que se vai podendo arranjar...

 

então juntem-se ao clube.

 

 

Há muitos tipos de corações... mas por mais que eu tente arranjar uma definição para o meu, (mesmo depois de ler a crónica da Margarida Rebelo Pinto) acho que é uma Operação Impossível.
Qua | 28.07.10

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E agora que os MGBOOS estão de férias, que raio vou fazer nos meus fins de dia de treinos?
De facto calhou bem, visto que a minha virilha direita decidiu tirar férias também. Mas ainda assim...
Vou andar tão mal-humorada, tão a precisar de libertar as minhas energias e tão a necessitar de me expressar através do corpo, que quando melhorar da dita rotura hei de andar pela casa às pseudo-pirouettes, a fazer popping enquanto vejo tv, a rever coreografias enquanto oiço as musicas no Ipod e a fazer a contagem decrescente para os ensaios gerais do espectáculo de dia 16.
Quem é que ainda se atreve a dizer que a Dança não é uma droga?
 
PS:Sexta-feira já está pré-intitulada de Dia Infernal do estudante pré-universitário. Lá vem as ultimas notas dos Exames Nacionais que decidem o nosso futuro :x
PS1: Fotografia com péssima qualidade, mas bastante simbólica. Momentos antes tinha afirmado que dava tudo para pisar aquele palco.
E pisei :)
Qua | 28.07.10

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Diagnóstico: Rotura de ligamentos na virilha.
Prognóstico: Sem dançar.
Duração do prognóstico: Indefinido.
Mas não se preocupem porque eu sou bem mais teimosa, e se Deus quiser dia 16 estarão a ver-me em cima do palco das festas do Barreiro com o meu grupo.
Sô donas praguejeiras, meteram-se com a pessoa errada. O feitiço há de se virar contra o feiticeiro :D
Sex | 23.07.10

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Que Deus me dê coragem para aguentar mais de 13 horas ali especada, pelo menos 7 delas obrigatoriamente em pé.
Seria hipócrita se afirmasse que vou apenas porque insistiram que eu fosse, mas acreditem que a maior razão está aí, contra-balançado com o facto de sentir que, agora com 18 anos, tenho a obrigação de me superar a mim mesma, nem que seja a simplesmente comparecer (já que me acobardei outrora)
Não sabem do que falo? Só saberão se correr bem xD
Qua | 21.07.10

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É agora... é agora que os momentos de pânico se instalam na minha cabeça, agora que ela está vazia de ocupações. É agora que temo não entrar para a faculdade, é agora que não sei o que pensar sobre o curso que escolhi (será que, para além de paixão, é a minha vocação?), é agora que entendo que a vida dá mil voltas, e que nem todas as pessoas ficam para sempre (umas porque não tem escolha, outras porque escolhem nao ficar). É agora que me sinto ofendida com os que queria que ficassem e não o querem fazer. É agora que me sinto também egoísta por pensar assim. É agora que penso em todo o meu trajecto escolar, no que devia ter feito ou no que devia ter deixado de fazer. É agora que me pergunto se tudo o que fiz, fiz bem, e se mesmo o que fiz mal me trouxe benefícios. É agora que me pergunto como seria eu se tivesse tomado outros rumos, e se decidir parar um ano e não entrar para a faculdade no ano de 2011 seria uma boa opção já que há TANTA coisa que ainda quero fazer antes de mergulhar nessa "grande aventura". É agora que me pergunto se essa aventura será boa ou má, se vou gostar ou não, se vai ser melhor ou pior do que o secundário. É agora que tento agarrar-me a tudo o que sou e a tudo o que faço na esperança de obter respostas sobre mim mesma, já que por mais que tenha consciencia de tudo o que faço e por mais que ja seja maior de idade, continuo com as duvidas de uma tipica adolescente na idade do armário.



Tantas perguntas para as quais só poderei obter respostas com o tempo.

Tal como todas as que tive antes de entrar para o Secundário, e que me foram sido respondidas a pouco e pouco, ao seu tempo, ao seu ritmo.

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