Qui | 29.07.10
...
"Há muitos tipos de corações."
Margarida Rebelo Pinto
Ao lermos este (micro) excerto, temos a necessidade instintiva de encontrar a definição do nosso. De arranjar palavras que descrevam o coração que temos cá dentro, o que o caracteriza para além de bater e bombear sangue para o resto do corpo, arranjar palavras para descrever aquilo que desesperadamente queremos demonstrar, aquilo que faz dele não UM coração, mas sim O coração.
Talvez a partir do momento em que lhe arranjemos uma definição, consigamos desculpar-nos das opções que tomamos a toda a hora, talvez consigamos justificar a nossa maneira de lidar com determinadas situações, talvez até seja mais fácil darmos a entender aos demais porque é que algumas pessoas seguem um determinado tipo de valores, enquanto que outras escolhem quebrá-los. Talvez consigamos dormir em paz connosco próprios, sem nos preocuparmos com aquilo que os outros possam pensar, porque nós já sabemos, já conseguimos uma definição para Aquele que está cá dentro e não está em mais sitio nenhum, aquele que só mostra aquilo que consegue e aquilo que quer, nunca estritamente aquilo que deve.
Se querem arranjar uma definição pronta e palavreada, aconselho-vos a ler a crónica completa da Margarida (que é excelente, by the way)... se preferem continuar a ser masoquistas e a tentar arranjar as vossas próprias desculpas para toda a porcaria que aí vai dentro misturada com boas intenções e muitos objectivos de vida sonhados e expressados através do que se vai podendo arranjar...
então juntem-se ao clube.
Há muitos tipos de corações... mas por mais que eu tente arranjar uma definição para o meu, (mesmo depois de ler a crónica da Margarida Rebelo Pinto) acho que é uma Operação Impossível.