Qui | 05.08.10
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Sempre achei que andar de gaivota era completamente inofensivo e apenas uma maneira diferente de passar as horas na praia e conviver. Ora pois, enganei-me. Não é tão inofensiva assim quando a corrente marítima e o vento estão os dois contra nós.Ontem eu e parte do meu pessoal embarcámos numa aventura sem sabermos.
Quando démos por nós, éramos seis pessoas a kms da costa. E sem maneira de voltar à vista, dado que quanto mais pedalávamos mais andávamos às voltas, e os barcos que costumam estar prontos a resgatar-nos estavam avariados e os nadadores salvadores nem nos viam. Mas depois de muita persistência, força de pernas e braços, uma pancada na cabeça, muitos gritos, batimentos em barcos atracados, principios de hipotermia, ondas, muito xixi e principalmente trabalho de equipa, lá conseguimos chegar à costa sãos e salvos, uma hora e pouco depois, apenas com algumas mazelas no corpo e muita fome.
Senhores nadadores salvadores, para a próxima quando nos virem, em vez de acharem "uau, estao a safar-se, vamos mas é buscar os outros que estao mais longe" pensem que estamos a lutar há mais tempo do que esses fracotes de meia tigela e que merecemos ser resgatados primeiro, ainda que dentro de canoa'zecas de salvamento improvisadas.
Devíamos ser condecorados, porque de 3 gaivotas na mesma situação, fomos os únicos a conseguir voltar sem ajuda!
Meus amores, somos lindos!
E por aqui me fico, toda dorida dos braços, com um alto na perna e um galo na cabeça.