Ter | 15.05.12
I really don't
Porque quanto mais cresço, mais sinto. Quanto mais sinto, mais sofro. Quanto mais sofro, mais estúpida me torno.
Tenho saudades de ver o Mundo a cor-de-rosa e de pensar "um dia vou encontrar um principe encantado, casar com ele, ter filhos, ser bailarina e viver feliz para sempre".
Porque quanto mais cresço, mais me apercebo: A nossa realidade somos nós que a fazemos, e os pozinhos de perlimpimpim não existem. E mesmo assim, por mais que nos esforcemos, por mais que lutemos por aquilo que queremos e por mais que nos sujeitemos à dor por aqueles que amamos, nem sempre conseguimos concretizar o que mais desejamos.
A minha mãe disse-me várias vezes: "Se queres, esforça-te"; "Se amas, vai à luta".
Foram bons conselhos enquanto pude viver totalmente debaixo das suas asas, protegida da maioria dos males e sempre na fantasia de uma vida maravilhosa, fluída e preenchida.
Agora, já a caminho dos 20 anos, pergunto-me: Para quê?
Eu esforço-me, esfolo-me, mato-me... e os frutos continuam a ser os mesmos: azedos, vazios e não reconhecidos.
Eu oiço o coração, luto, faço tudo por quem merece (e por quem não merece), amo mais do que penso ser capaz, dou a cara muitas vezes e escondo-a tantas mais... e a resposta é sempre a mesma: indefinida, sem futuro, sem nexo.
Então pergunto-me mais uma vez: Para quê?
Para quê crescer?
NÃO QUERO.