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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Sex | 17.08.12

Proud




Ontem as dores horriveis que tive (nem vou dizer de quê xD) não me permitiram agarrar no meu próprio rabo e arrastar-me até ás festas do Barreiro para ver o meu grupo dançar. A única razão para não o fazer? Não. Sinceramente, fui cobarde. Não quis enfrentar aquele palco de novo, fosse como uma simples espectadora ou como bailarina integrante. Noites antes sonhei com aquela fatídica noite... com o desespero, as lágrimas, o sentimento de impotência; acordei e lembrei-me dos dias e semanas que se passaram após isso: O cheiro intenso a flores da capela, a presença constante da morte diante dos nossos olhos, os pesadelos sem fim, a preocupação pela Patty e pela sua família, os choros, os gritos da mãe da Sandra... No meu íntimo senti sinceramente que se fosse àquela festa e estivesse ali presente que tudo se voltaria a passar de novo, ainda que na minha cabeça. Fui capaz de falar com alguém sobre isso? Não. Como disse anteriormente, estou mais fechada. E achei que os que me iriam realmente compreender (os que la estiveram em cima daquele palco) não precisavam de uma pessoa extra a atirar-lhes mais uns pozinhos de nervosismo e stress para cima. Felizmente, tudo correu bem pelo que me constou e tenho a salientar o orgulho que tenho na minha melhor amiga porque sei que dançou um solo e arrasou o Barreiro inteiro ;) Melhor do que saber que isso aconteceu foi o facto de ouvir a sua voz ao telemovel naquela noite como há muito não ouvia: com um sentimento de alivio e liberdade. Quero acreditar que se libertou finalmemte de todos os fantasmas que com muita força e preserverança carregou ás costas este ano. Agora, a pouco e pouco eles vão embora de mansinho. E ela vai voltar a ser a melhor bailarina deste Mundo (que para mim nunca deixou de ser). Tenho o maior orgulho nela, na maneira como ultrapassou tudo, como nunca deixou de ter um sorriso na cara mesmo depois de ter passado noites em branco ou tardes a chorar no meu ombro.... como nunca desistiu de dançar, como nunca se acobardou e arriscou em todos os campeonatos. Não foi com a segurança que sempre lhe conheci, mas foi.
E eu? Eu limitei-me a ficar ontem em casa, com medo de enfrentar este fantasma pelo simples facto de andar a sentir-me bem como há muito não me sentia e ter medo de voltar a cair no mesmo "buraco" que me prendeu durante tempo suficiente para me torturar a cabeça.
Sinto que fui egoísta. Todo o meu grupo merecia a minha presença (ainda que não fosse indispensável e ainda que ande como que revoltada com o rumo que o grupo tomou este ano), mas havia quatro pessoas em cima daquele palco que mereciam o meu apoio e eu não estive presente fisicamente.
Agora aguenta-te à bronca, Joana.






Sex | 17.08.12

Changes



Agora percebo porque dizem que as pessoas do Signo Caranguejo utilizam a sua carapaça quando as magoam e é bastante dificil sairem. Sempre fui a hipersensivel que chora por tudo e por nada a que dramatiza tudo, a que se apega ás pessoas num piscar de olhos, e, apesar de bruta, consegue ser a pessoa mais lamechas deste mundo...e portanto essa carapaça até hoje nao me serviu de muito.
Sinto que isso mudou um pouco nos ultimos tempos... estou mais fria, mais desconfiada, mais "de pé atrás" com tudo e todos, mais amarga, mais fechada, menos apegada. A minha mãe está preocupada, eu estou tranquila. Porque se essas mudanças todas realmente aconteceram e nao sao só uma fase, todas têm fundamento, um motivo...e porque no meio de todos esses adjectivos que agora me caracterizam, há um que faz o resumo de todos eles: Estou mais forte.