Qui | 04.10.12
Inspiración
Há uns dias atrás soube que, pela disciplina de Dança Contemporânea, teria de montar uma composição coreográfica inspirada numa das obras do brasileiro Vik Muniz, cuja colecção está exposta no maravilhoso Centro de Arte Contemporânea de Málaga... a coreografia terá de ser apresentada LÁ, tendo a dita obra de ser parte integrante . Basicamente, e como disse a Professora Marina Barrientos, "teremos de fazer o quadro falar através do nosso corpo". Posto isto, fomos fazer como que uma "visita de estudo" ao CAC para visualizarmos as obras e escolhermos a nossa fonte de inspiração, assim como o espaço que a rodeia (porque é tão ou mais importante que a obra escolhida em si, tendo em conta o modo como está exposta, em que área, o número de pessoas que poderão estar a ver, de que prisma estarão a ver tendo em conta que estarão em pé a circular, etc etc etc.) Fiquei bastante entusiasmada com a ideia em primeiro lugar porque adoro criar e já conheço a Professora Marina para saber que ao mesmo tempo que me vai dar liberdade para a criação vai também elevar o nível da exigência da sua execução (o que é excelente)... e depois porque é uma ideia diferente, invulgar e bem conseguida: vai juntar duas formas de expressão muito distintas (plástica e artística) numa só.
O meu quadro (fonte de inspiração/partner coreográfico :P) será uma das obras de Vik Muniz que por sua vez é inspirada na obra de Francisco Goya. É uma representação do quadro "Saturn devouring one of his sons" naquilo a que Muniz chamou de Impressão Cromogénica, ou seja, feito de várias fotografias impressas e misturadas de maneira a dar os contornos e forma à obra de Goya. As várias fotografias dão como que uma ideia de "ferro velho", de objectos deitados fora pela sua prévia inutilidade mas que nada têm a ver umas com as outras (como se pode ver na terceira fotografia que tirei de perto).
Portanto, farei algo diferente daquilo que costumo fazer mas que quem me conhece sabe que faz todo o meu estilo: utilizarei como palavras-chave a raiva, o obscuro, o caos, o lado mais contorcido da mente humana. Vou elevar todo o meu lado dramático a outro nivel. Movimentos stacatto, fortes, secos, contorcidos, (des)umanos. E o melhor de tudo? Farei uma fusão entre a Dança Contemporânea e o Hip Hop. Quando apresentei a minha ideia (o seu "esboço"), em vez de ser olhada de lado valorizaram a minha escolha. Inclusivé disseram que tenho um movimento muito próprio, muito interessante e que preciso apenas de trabalhar a "grandeza" dos movimentos e a técnica porque o essencial está lá: a força, a vontade e a paixão. E que surpreendi bastante pela positiva!
Obviamente que isto dito por uma das professoras mais respeitadas do Conservatório dá vontade de estar dentro daqueles estúdios das 8h ás 20h a trabalhar no duro e a provar que as expectativas estavam correctas.
Vou fazer por isso :)
Sinto-me bem, sinto-me feliz, sinto-me motivada... sinto-me a Dançar!
Obviamente que isto dito por uma das professoras mais respeitadas do Conservatório dá vontade de estar dentro daqueles estúdios das 8h ás 20h a trabalhar no duro e a provar que as expectativas estavam correctas.
Vou fazer por isso :)
Sinto-me bem, sinto-me feliz, sinto-me motivada... sinto-me a Dançar!