Qua | 02.10.13
Keep calm... or not
É mais complicado do que parece, e por vezes torna-se exaustivo e desesperante. Pode parecer cómico num filme de comédia ter um grupo de crianças em que uma desata a chorar e as outras desatam a chorar também por solidariedade, mas na vida real não é bem assim. Ter crianças à luta para ver quem me dá a mão pode parecer uma ternura, mas é um problema sem fim. Gritar durante uma hora seguida pode parecer libertador, mas quase me leva à loucura (e a ficar afónica). "Xica senta aqui, Maria anda para acolá, Zezinho chega-te pra lá, nao-sei-quantos toma atenção... Saber resolver dilemmas num segundo e sempre segura de que é a opção correcta: evitar que um menino abra a porta da sala já de cuecas na mão para ir fazer xixi, ou separar duas que começaram à bulha por causa de um lugar e não param com os berros: PXÔRAAA, a nao-sei-quantas empurrou-me! PXÔRAAAA eu não fiz nadaaaaa!". E ao mesmo tempo que tudo isto, ensiná-los a dançar. Ás vezes penso que as minhas aulas acabam por ser uma merda para os miudos e sinto-me culpada. Quero ser uma professora competente, e ao mesmo tempo uma professora amiga, disponível para eles. E os pobres minis não têm propriamente a culpa: sao crianças (desde que nao sejam mal educadas, esta frase para mim não contem qualquer tipo de cliché.)
Anyway... desabafos de uma desgraçada com as quartas-feiras desgraçadas ao cubo.