México, day 1# Voando...enjoando
Quando entrámos no avião, que nos levaria a fazer uma paragem em Santa Maria (Açores) e nos levaria depois diretos a Cancún, eu já ia mentalizada das 12 horas de viagem. Ia até preparada, com dois livros para ler, filmes para ver no Tablet, música no Ipod e até o Correio da Manhã na mão, para me ir atualizando. No entanto, quando me apercebi que os nossos lugares seríam nos bancos do meio, comecei a premeditar que a viagem seria mais longa do que pensava. Eu não sou de muitas manías, mas entre as que tenho (porque TODA a gente tem alguma), uma delas é a de ir à janela, seja em que transporte for... e neste caso, mais longe de uma não podia estar. Estava encafuada entre o João e um senhor que eu não conhecia de lado nenhum. Senti-me um pouco claustrofóbica, mas lá tive de aguentar à bronca.
Como prevía, foi um voo "animado": quando parámos em Santa Maria para abastecimento, era proibído levantarmo-nos e ligar qualquer tipo de aparelho eletrónico, durante uma hora e meia (BORING); tivémos um bebé à nossa frente constantemente aos gritos e a chorar (ainda que seja um bebé e que não esteja, de todo, a fazer por mal... cansa, irrita, chateia); levámos com uma turbulência de tal modo, que finquei as unhas no braço do João quando o avião perdeu, de repente, uma altitude que viémos a constatar ter sido consideravelmente grande... o resultado foi uma data de pessoas a vomitar e eu com lágrimas nos olhos (nem sei bem se de nojo, de pânico ou de stress).
Quando finalmente metemos os pés em terra, tínhamos uma fila enorme de espera para nos verificarem os passaportes. Eu já nem sequer me importei c isso, achei que já tinha passado o pior e que dali a um tempo estaria finalmente num Resort 5* a comer e a dormir.
Não estava preparada para chegar ao "levantamento" das malas, e a minha não estar lá! Aí descarrilei de vez, furiosa e ao mesmo tempo sem querer acreditar que aquilo me estava a acontecer, que de facto estava a dirigir-me à reclamação de bagagem, em pleno México. Nesse posto, um senhor com cara de quem não lhe apetecia muito trabalhar, apresentou-me uma data de burocracía para preencher. Perguntei-lhe em bom Espanhol (porque, modéstia à parte, depois de ERASMUS,nunca mais lhe perdi o jeito), para que servia toda aquela papelada, ao que o senhor me respondeu que era para me contactarem SE a mala aparecesse. Aquela expressão e tom de dúvida quase me fizeram sacar do meu dicionário mental de asneirões em Espanhol, mas antes que isso fosse necessário, chegou um mexicano com uma mala pela mão, a perguntar quem era a "Rôana", porque a mala tinha caído do tapete rolante atrás da zona visível ao público. Nem tive tempo para respirar de alívio, porque o nosso Transfer para o Resort já podería até ter partido sem nós, dado o tempo que demorámos por causa do sucedido. Para ajudar, ainda nos obrigaram a abrir as malas para nos revistarem. Nós cheios de pressa, a prever ter de gastar um dinheirão em Taxi no meio daquele país que tem uma fama gigante de tráfego humano através desse meio de transporte, e uma senhora a revirar as nossas malas como quem revira a gaveta das meias para encontrar as preferidas em dia de festa. Até o João, que tem uma paciência de santo para tudo e um otimismo difícil de quebrar, já começava a ter salientes as veias da testa.
Após sermos autorizados a passar, corremos para a saída do Aeroporto... e assim que as portas se abriram, sentimos o maior choque de clima de sempre. Com a humidade atroz, sentimos imediatamente as t-shirts a colar ao corpo e os pés a escorrer água, ainda que estivéssemos de chinelos.
Fomos diretos para o autocarro que nos foi indicado e que estava apenas à nossa espera (devo dizer que, nesse aspeto, foram uns amores)e que ía levar-nos, finalmente, de encontro ao Resort Bahía Príncipe. Este está dividido em 4 "villas", de seus nomes: Coba, Tulum, Akumal e Sian Kahan. Todos possuem os mesmos serviços:quartos (divididos por casinhas, e não fechados em hotel), piscinas, restaurantes, Buffets, SPAS, lojas, salas de espetáculo... e no entanto, são todos super distintos a nível arquitetónico, o que faz com que cada um seja único à sua maneira. O nosso eleito foi o Coba, porque foi o que nos tinham aconselhado. E visto que, apesar de termos o quarto nessa Villa, podíamos usufruir das outras três de igual modo, constatámos no final que, de facto, fizémos a melhor escolha (na nossa opinião).
Sendo que as Villas eram todas consideravelmente grandes, as pessoas deslocavam-se entre elas numa espécie de carrinhos de golf, que passavam de 15 em 15 minutos por determinadas zonas, e que eram guiados por mexicanos eleitos para o cargo.
Mas voltando à parte da chegada ao Resort...estávamos tão de rastos(com o Jet Lag a fazer efeito),que mal conseguimos apreciar e entusiasmar-nos com o que tínhamos perante nós. Nem mesmo ao termos, no lobby do "Coba", um grupo de músicos a cantar a tão afamada "La Cucaracha" para nos desejar as boas vindas.
Fomos apena colocar as malas ao quarto (grandeeee) e ir ao Buffet comer qualquer coisa. Era hora de jantar no México, mas para nós, ainda em hora portuguesa, eram para aí 2h da manhã (há uma diferença de 6 horas entre os dois países).
O Buffet contava com uma quantidade enorme de comida. Havía especialidades de todos os países, e uma variedade surpreendente, a uma qualidade elevada. Infelizmente, naquela noite, os "Jotas" não queriam apreciar o que comiam... apenas evitar uma dor de estômago ou uma fraqueza, e cair na cama King Size até à manhã seguinte.