- Hoje fui dar duas aulas de Hip Hop, como voluntária, a uma Colónia de Férias para crianças de risco, a convite das minhas queridas amigas "de outras (an)danças", Joana e Cláudia. Primeiramente, algumas das situações que observei foram um grande choque. As deficiências (mentais e físicas) aliadas à falta de condições básicas de vida e a famílias desagregadas, foram em suma o que pude saber e observar. Depois, e em poucas horas, transmitir-lhes um pouco do que é a Dança tornou-se numa experiência intensa, que fico feliz por ter vivenciado. No entanto, deixou-me com vontade de trazer todos comigo e fazê-los sorrir, não só numa aula como para o resto da vida. Saí de lá sem conseguir parar de pensar no regresso daqueles miúdos aos lugares a que chamam de "casa", sonhando e rezando para que os próximos 365 dias passem depressa para serem felizes por mais 10, ao voltarem àquela Colónia.
- Regressada a casa, deparei-me com a notícia de que um colega/conhecido meu, com os seus 20 e poucos anos (e já com uma carreira extraordinária como ginasta e professor) enfrenta agora um Cancro. Não consigo entender como é que uma pessoa tão ativa fisicamente, tão saudável (aquelas refeições que posta no Instagram deixam-me sempre a pensar como é que não fica com fome), tão nova, tão íntegra... é sujeita a isto de repente, sem dó nem piedade, transformando tudo aquilo que faz e conhece num "stand by" que terá como nome próprio a quimioterapia.
É em dias como o de hoje que é impossivel não deitar uma lágrima de revolta... Faz-me sentir até tentada a questionar a existência de um Deus.