Naquele que sería o penúltimo dia no Resort Grand Bahía Príncipe, estava agendada a concretização de um pequeno sonho, que tinha desde pequenina: nadar com golfinhos. Morria de inveja das crianças que tinham a oportunidade de lhes tocar, no Jardim Zoológico. E quando soube do programa de "Nadar com golfinhos" no Zoomarine, tratei de pesquisar sobre o assunto, mas achei uma exurbitância de preço, para a meia hora que nos proporcionavam. Assim, quando cheguei ao México e me apercebi de que havia esse mesmo programa com uma duração maior e a um preço mais barato, vi que ali tinha (finalmente!) a minha oportunidade. O melhor de tudo é que ainda conseguir MAIS barato do que estava, com muito jeitinho para regatear um preço justo por fazermos um número maior de excursões do que a maioria das pessoas.
E portanto, naquele maravilhoso Domingo, tomámos o pequeno almoço no GBP Tulum e dirigimo-nos ao Definário, que se encontrava nessa mesma Villa. O João, que não fazia questão de gastar dinheiro naquela experiência, deixou-se ficar para observar, tirar fotografias e fazer vídeos.
Foi uma experiência maravilhosa que jamais irei esquecer! Os Golfinhos são animais extraordinários, que transmitem confiança, simpatia e até uma certa infantilidade, o que os torna ainda mais amorosos. Eu "fiquei" com o Maxi e o Diego. Aprendi um pouco mais sobre eles a nivel teórico, fiz-lhes festas, fiz manobras que vemos nos espetáculos do Zoo, e com uns óculos de Snorkel, pude nadar com eles e acompanhá-los debaixo de água.
Foi maravilhoso :') tive pena que a zona não tenha sido a mais estratégica para fotografias tiradas à distância, mas ainda assim tenho algumas que, apesar da qualidade, terei sempre para me aquecer o coração. O João também conseguiu uns quantos mini-vídeo, um deles de uma beijoca que recebi do Diego, e portanto fiquei satisfeita na mesma.
Depois de almoçarmos com os nossos novos amigos, rumámos ao quarto para começar a organizar algumas coisas para o regresso. Foi uma depressão tal, que desistimos e fomos até à praia... aproveitar a tarde e dizer Adeus.
No dia seguinte ao Parque Xcaret, acordámos pela primeira vez com a sensação de não termos dormido nada. No entanto, não houve tempo para queixumes, pois tínhamos, naquele dia, aquela que seria a nossa última excursão por terras mexicanas.
Saímos do Resort por volta das 9h, de rastos. A nossa "orientadora" (neste caso, o termo Guia não se aplica), que tinha uma energia que chegava e sobrava, só gritava "VAMOS PARA LA FIESTA, CHICOOOOS", e nós a meter as mãos à cabeça e a pensar por que raio tínhamos agendado aquele maldito passeio.
Para entenderem o que nos esperava, aquela excursão intitulava-se "Azúcar, Tequilla y Sal". Consistia num dia dentro da Bahia Petempich, uma reserva natural cercada por lagoas de água cristalina e manguezais, e parte do segundo maior sistema de recife de corais do mundo.
Durante a manhã, fizémos Snorkel num recife profundo, onde a principal atracção foram a formações de corais vivos. Comprámos uma máquina descartável aquática para registar alguns desses momentos dentro de água, mas ainda não temos as fotografias em nossa posse.
Nunca nenhum de nós tinha feito Snorkel, e achámos que seria uma experiência interessante que não teria o mesmo sabor em Portugal, e por isso aproveitámos. Seguimos para o Mar num barco a motor, onde recebemos as informações e as regras dos guias e saltámos para dentro de água. Adorei a experiência, principalmente quando pude ter nas minhas mãos uma estrela do mar... no entanto, não voltaria a repetir.
Estivémos em mar aberto por cerca de 45 minutos. Quando o tempo estava a chegar ao fim e vim ao de cima, apercebi-me de que não estava muito bem disposta. A ondulação, o meu cansaço do dia anterior, o facto de estar há tanto tempo a respirar pela boca e os óculos a fazerem pressão na minha cabeça, aliados, deram conta do meu estômago. O João também não estava muito bem disposto, e pior ficámos quando uma das raparigas do nosso grupo decidiu vomitar ali mesmo.
Regressámos ao barco e fiquei ainda mais zonza. Ainda tínhamos mais uma paragem de meia hora num recife menos profundo, onde teríamos contacto com imensos peixes de todas as cores, mas decidi que seria melhor não voltar a mergulhar. Os guias, que foram uns amores, disseram que não valia a pena ficar a aguentar a indisposição no barco. Voltaram atrás e deixaram-me a mim, ao João, à rapariga que vomitou e ao seu namorado, na praia onde iriam ter mais tarde. Foi a melhor decisão que tomámos, porque pudémos descansar um pouco a cabeça, recarregar baterias e relaxar.
Cerca de 50 minutos depois, todos os grupos voltaram a terra, e foi hora de almoçar no buffet do nosso clube de praia exclusivo. O resto da tarde foi passado naquele lugar, onde tivémos direito a uma banda cubana ao vivo, a jogos tradicionais (que vá... foram adaptados, de forma a meter bebidas alcoolicas pelo meio) e até a aulas de dança na areia, dadas por um cubanito jeitoso!
Foi uma tarde bem passada de convívio e descontração, onde a animação esteve sempre garantida e as tequillas estiveram sempre a chegar e a ser aviadas que nem água!
Ao final da tarde, regressámos ao Resort e aproveitámos o resto do dia pela piscina. À noite, descemos até à Hacienda Doña Isabel para comprar os "souvenirs" que faltavam e dar uma vista de olhos no comércio daqueles lados.
Apesar de termos adorado o dia, já tudo nos soava a despedida... uma pequena sensação de nostalgia começou a invadir-nos, nessa noite.
Para o 5º dia da nossa estadía, agendámos a visita ao famoso Parque Xcaret, acompanhados dos nossos novos amigos, que conhecemos na excursão "Coba-Tulum". E se quiserem entender do que se trata, posso resumi-lo a uma frase: Do melhor que o México nos pode dar.
Xcaret foi, anteriormente, uma área costeira pertencente á civilização Maya, abundante em selva e água. Séculos mais tarde, alguma mente brilhante decidiu aproveitar todo o espaço para construir um Parque enorme que abarca as mais variadas atrações, sem nunca descurar a natureza e apelando à preservação da mesma.
Dentro do Parque Xcaret podemos encontrar:
- Um Jardim Zoológico, com os mais variados e maravilhosos animais
- O Borboletário (se não estou em erro, um dos maiores existentes), onde se podem observar borboletas daquela zona, no seu habitat natural, e aprender um pouco mais sobre o seu processo de transformação. São lindas!
- O Aquário, onde se podem visualizar criaturas marinhas de todas as espécies, e principalmente (a minha parte preferida desta pequena área) tartarugas gigantes e os seus babies lindos!
- Os rios subterrâneos naturais, onde , com equipamento adequado que nos fornecem, fazemos 45 minutos dentro de água a apreciar as grutas, a selva e até os morcegos que de vez em quando nos decidem saudar. Para mim, das melhores experiências da minha vida. Parece, em poucas linhas de explicação, que não é nada de extraordinário... mas é mais uma daquelas situações: só quem o vive é que pode saber.
- Um passeio de jangada pelo Rio Paraíso, para ver e ouvir a fauna e a flora no seu maior esplendor, assim como observar cascatas naturais. Aqui é-nos pedido deste o início que permaneçamos em silêncio, para conseguir uma total envolvência com a natureza.
- Restaurantes típicos, para almoços e jantares, com comida deliciosa. Nós ficámos por um típico cubano, à beira da praia.
- Uma praia paradisíaca, onde em alguns recantos colocaram umas bóias dentro de água para o pessoal usufruir à vontade. Foi onde descansámos um pouco já ao final da tarde.
- A representação de um povo Maya (onde o que mais me impressionou foi a pobreza da escola rural) e a preservação de um cemitério tipicamente mexicano.
E porque é que lhe chamo "tipicamente mexicano"? Porque nunca vi nada igual. Cada campa era diferente e característica à pessoa em questão, a maioria com muita cor, com frases poéticas que iam para lá do "Descansa em paz". Deu para associar bastante bem às tão afamadas "caveiras mexicanas", tão alegres e positivas, e que tão bem representam a proximidade do povo mexicano à morte e à sua celebração (by the way, não resisti e tive de comprar uma).
É de salientar que as fotografias são permitidas e encorajadas naquele cemitério, e portanto não desrespeitámos qualquer indivíduo ou entidade.
- A visualização do típico e perigoso "Ritual de los pájaros" dos Mayas, que ainda hoje se realiza em agradecimento à abundância de bens alimentares.
- E por fim (para nós, porque ainda havia algumas coisas para ver e experimentar, mas infelizmente um dia não chega para o Parque Xcaret), um Anfiteatro ENORME, ao ar livre (ainda que resguardado), no meio da selva, onde se pode assistir ao maravilhoso espetáculo musical que conta a história do méxico desde os tempos tribais até ao dia de hoje. Muitos cantores, muitos figurantes, muitos bailarinos, muita musica e muita cor. O ideal para terminar o dia (aliás... a noite) em beleza.
Concluindo: Saímos do Resort ás 08:30h e regressámos ás 22:30h.
Só assim, e pelo meu resumo, dá para imaginar o nosso estado, o nosso cansaço, o nosso suor, a nossa moca de sono, completamente "impróprios para consumo."
Mas devo dizer que valeu toda a pena do Mundo :)
Se quiserem ir ao México, este Parque é de obrigatória passagem!