Este Sábado, eu e as minhas alunas de Dance Power Fitness trocámos a aula regular das nossas manhãs de fim-de-semana por uma Caminhada Solidária pelo campo e praia do Gaio-Rosário.
Fizémos um pecurso circular de 8 km, que foi iniciado e terminado junto à Capela da localidade.
Para além da ideia de variarmos um pouco o conteúdo das nossas aulas e trocarmos um estúdio pelo ar livre, o nosso objetivo principal foi juntar-nos à causa maior que levou a que esta Caminhada existisse.
Passo a citar, de acordo com o texto publicado no Facebook relativamente ao evento:
"Famílias com Esperança (FcE) é um projeto da Paróquia e do Centro Social da Moita que conta já com 3 anos de existência. Tem como objetivo apoiar as famílias que se encontrem em situação de carência económica e social do Concelho da Moita, com bebés e crianças em idade escolar, através do diálogo e orientação em diversas áreas (económica, jurídica, social, saúde, educação, moral e espiritual). Estão inscritas no projeto FcE mais de 250 famílias com mais de 350 crianças, às quais são distribuídos regularmente produtos de higiene, bens alimentares e roupas, em função das suas necessidades."
Esta caminhada surgiu, portanto, com o objetivo não só de dar a conhecer o projeto a um maior número de população, como também de angariar bens necessários para ajudar muitas famílias. Esses bens foram entregues pelos participantes, como símbolo da sua participação.
Foi um percurso bastante agradável. O tempo ajudou em todos os sentidos, assim como a quantidade de pessoas que quiseram participar nesta causa. Mesmo sendo um evento de cariz solidário e não desportivo, a Organização ainda nos "presenteou" com garrafas de água e fruta, a meio do caminho. O ambiente foi de descontração, energia e alegria. Mais não se podia ter pedido. Estão todos de parabéns pela iniciativa, e espero que as nossas contribuições, ainda que humildes, possam ajudar muitas famílias carenciadas.
Esta caminhada teve o apoio da União Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos, Junta de Freguesia da Moita e Intermaché da Moita.
Nesta minha crítica fiz uma pequena (minúscula) abordagem a este tema. Mas acho que o pessoal da Rádio Comercial consegue dar-lhe "aquele toque". E eu cá gosto de reforçar as (tristes) situações deste país hoje em dia.
Principalmente esta, que me faz doer o coração (e revirar o estômago).
Esta semana, numa animação que fiz numa das escolas onde dou aulas, um dos meus alunos (que tem Espectro de Autismo) ficou a assistir, todo contente. Sorria de orelha a orelha, por sentir a energia divertida que ia dentro daquele pavilhão. Acenei-lhe quando olhou para mim e imediatamente ele me acenou, ainda que desviando o olhar (para quem não sabe, é raro um autista gostar/conseguir olhar nos olhos de outra pessoa). Quando terminei a aula, já a arrumar as minhas coisas para descansar até à sessão seguinte, senti alguém abraçar-me as pernas, atrás. Quando me virei, lá estava o T (o meu menino autista) agarrado a mim. Retribuí o abraço. Nunca ele me tinha deixado fazer tal coisa. Relembro que as pessoas com Espectro de Autismo também não gostam, na sua maioria, que lhes toquem e muito menos que os apertem, abracem ou beijem.
Fiquei mais feliz do que possam imaginar. Foram tantas as vezes que tentei dar-lhe um abracinho ligeiro, ou até mesmo fazer uma festa no cabelo... e a resposta foi sempre um grunhido e um pequeno empurrão.
Hoje recebi o derradeiro abraço. Aquele que não sei se voltarei a sentir. Aquele que, ainda assim, foi o melhor abraço de todos.
Pai é aquele que não abandona; que dá colo e faz festas para adormecermos; que nos ajeita os lençóis quando está frio; que nos ensina a jogar à bola; que nos leva a andar de bicicleta; que nos leva a passear; que nos desinfecta as feridas que fazemos no recreio; que nos levanta quando uma onda do mar nos faz cair de boca na areia (e ainda se ri); que nos faz gargalhar ou ainda nos enfurece mais as birras, quando goza connosco; que nos dá a palmadinha que ofende; que nos faz as melhores torradas do Mundo aos fins de semana; que serve de motorista particular para irmos à escola, às atividades extra curriculares, ao cinema com os amigos, às festas à noite... e que mais tarde, nos leva em segredo a praticar no próprio carro antes de tirarmos a carta de condução (tal não é a vontade de deixar de ser "motorista"); Pai corta-nos o melão às fatias e corta-nos o "cu do pão" para roermos; ralha quando fazemos asneira ou somos os mais parvalhões; seca-nos as lágrimas mas exige o erguer das nossas cabeças; liga-nos para saber onde estamos; apoia-nos nas nossas decisões, mas aconselha também; deixa-nos ser livres até certo ponto aceitável; prefere voar connosco em vez de nos cortar as asas; Há pais que fazem de nós princesas/príncipes e ao mesmo tempo nos fazem guerreira(o)s; Há pais e pais. Muitos "melhores do Mundo." Melhor que o meu não há, desculpem lá qualquer coisinha!
A propósito da celebração do meu/nosso segundo aniversário de namoro, eu e o João decidimos que uma escapadinha de dois dias seria o ideal para recarregar energias. Gostamos de passear e conhecer sítios novos, mas desta vez decidimos ser turistas na cidade que representa este "nosso lado" do país e que, queiramos quer não, acaba por ser "A nossa grande cidade": Lisboa.
Eu, como grande fã do lifestyle cosmopolita, estava a modos que mais entusiasmada que ele, senhor eterno dos campos... Mas bastaram dois dias para que fosse (um pouco mais) conquistado pela energia e beleza da nossa "Menina e moça".
Instalámo-nos no Hotel Travel Park, na (gigante) Avenida Almirante Reis, e rumámos ao nosso ponto alto da noite: "A Esquina de Alfama". Do que se trata? De uma casa de Fados! Andávamos com vontade de ir a uma, porque nunca o tínhamos feito e achávamos o conceito interessante (já para não dizer "importante", uma vez que é das poucas formas que ainda temos de preservar e apoiar esta (p)arte do nosso património)... e ao descobrir um pacote da Odisseias chamado "Noite com Fado e Tradição", achámos que seria a oportunidade ideal para o fazer, a um preço mais acessível. Não é que sem desconto fosse a refeição mais cara do Mundo, mas acho que é normal termos um incentivo extra quando nos apresentam valores mais baixos!
A Esquina de Alfama situa-se, como o nome indica, num daqueles bairros (deliciosamente) típicos de Alfama. No início de uma subida após o largo que se encontra em frente ao Museu do Fado. Foi uma noite super agradável com tudo na medida certa. Chegámos às 20h, hora para a qual fizémos a reserva, e lá tínhamos os nossos lugares à espera. A essa mesma hora iniciou-se o espetáculo de fado, com guitarristas e cantores ao vivo, de um extremo talento musical.
O que mais gostei foi do equilíbrio entre o "modo espetáculo" e o "modo restaurante". Não havia constantemente Fado, ainda que o ambiente em que estávamos inseridos nos fizesse sentir sempre nesse meio. Eram cantadas e tocadas umas quatro músicas do reportório, apenas com luzes de presença ligadas e a devida atenção que devíamos dar aos artistas... de seguida, mais meia hora se passava em normal contexto de restaurante para que pudéssemos disfrutar da companhia e da comida...e depois, "lá vinha mais Fado". Sinceramente, creio que se tivesse sido música e cantoria sem pausas, tinha-me fartado. Desta forma, não aconteceu. Tanto eu como o João pudémos apreciar cada uma das partes do espetáculo como a primeira, entre garfadas.
A boa disposição dos trabalhadores era também com conta, peso e medida. Nada de exageros (detesto ir a algum lado em que seja constantemente levada por graxa sem sequer disfarçarem) mas também nada de antipatia. E a paixão pelo que faziam... essa notava-se a léguas.
A comida também estava maravilhosa (comemos bacalhau assado), assim como as sobremesas caseiras (o João comeu pudim e eu comi uma mousse de chocolate). Mas para quem gosta de comer que nem um alarve, aquele lugar não é o indicado (a não ser que não tenha problemas em pagar dose dupla ou ir de seguida ao MacDonalds.)
A única coisa que tenho a dizer de menos positiva é o tempo de espera pela comida. Pode ter sido um caso pontual, atenção! E a comida via-se que tinha sido acabadinha de fazer e posta na nossa mesa... Mas, de facto, esperámos cerca de uma hora. Valeu-nos o Fado para abafar o roncar das barrigas.
Aconselho vivamente. Não só num jantar romântico ou numa celebração... vão, simplesmente! Apesar do nosso Portugal nos deixar cada vez mais envergonhados e frustrados, o Fado ainda merece a nossa consideração e apoio. É uma arte, que como todas as outras merece ser apoiada... ainda para mais, é uma arte pura e simplesmente nossa.