Voltar ao trabalho
Voltar à rotina depois do Verão é sempre uma "carga de trabalhos". Como já referi, Setembro é um mês do demónio (sim, eu sei que tenho vários meses apelidados de algo parecido, mas acreditem.. Setembro é o pior). Principalmente para quem é professora em vários sítios, sem patrão (freelancer, portanto) torna-se complicado gerir os nervos entre o aceitar propostas, declinar outras e fazer figas para que se tenham feito as escolhas corretas. Felizmente que já estou nessa fase... a das propostas, sem entregar qualquer currículo. É bom sinal, sinal de que o meu trabalho é visto, apreciado e valorizado. Mas como não sou uma pessoa de perder a humildade, repito: é uma pilha de nervos encarar o mês de Setembro. Isto porque nunca sei quantos alunos vou ter, se os que tinha voltam, se vêem novos, se será (quase) tudo como planeei durante as férias naqueles momentos extraordinários de inspiração que tenho às 2 da manhã.
Hoje voltei à rotina. Obviamente, não dei as modalidades todas que terei durante o ano, mas já dei três. Ia nervosa, mas mentalizada de que em Setembro irei SEMPRE encontrar menos gente do que nos outros meses (porque, acima de tudo, é o mês em que a malta se tenta organizar, com horários, pagamentos de livros e material escolar, etc etc etc e tal).
Comecei com os meus pequeninos. Com os 3-4 anos e depois com os 5-7. Dança, como eles tanto adoram. E foi TÃO BOM revê-los, apertá-los, enchê-los de beijos e abracinhos e ser retribuída! Ainda pude ouvir muitos: "Tinha tantas saudades tuas, professora!". Assim, vale a pena. Mesmo quando vou desmotivada, nervosa, ou com qualquer tipo de sentimento menos bom, eles puxam-me para cima no momento em que olham para mim e me abraçam. Mais do que ter meninos novos (não me interpretem mal, venham todos os quiserem juntar-se a nós :P), fico quase emocionada de rever os que já tinha o ano passado. Pela continuação do voto de confiança, por verem que gostam de ter aquele momento comigo duas vezes por semana e principalmente por acompanhar o seu crescimento. Sou uma pessoa que se apega muito facilmente, e estes "pequenos póneis" roubam-me o coração com uma facilidade notável. Posso dizer, com toda a segurança, que são "um bocadinho meus". Pelo menos, eu vejo-os como tal.
Depois, veio a aula mais temida. O Zumba, para o qual já ia mentalizada de que tinha regredido no que toca à resistência (ainda assim, pensei que estivesse pior). Sala cheia. Pessoas novas e caras conhecidas. E acima de tudo, muito boa disposição. Suar, suar, suar. Rir. Dançar. Tão bom!
E para finalizar, "the last but not the least", o Dance Power Fitness com as minhas meninas de sempre acompanhadas com uma menina nova. A conversa, os laços, a ginástica localizada que elas tanto adoram (NOT :P) e claro... a dança, uma vez mais.
Missão cumprida. Para mim, para eles, para todos. O melhor regresso ao trabalho. Hoje lembrei-me do quão sou sortuda, mesmo com a insegurança que me traz o mês de Setembro.
Por vezes, naqueles dias "sem-paciência-para-nada-nem-ninguém" desejava ter daqueles trabalhos que consistiriam em beber um café a uma secretária e ficar virada para o computador sem ter de lidar com ninguém, sem ter de cativar ninguém, sem ter de me expôr a alguém. Mas depois lembro-me que "essa não sou eu". Eu sou feita do contacto com as pessoas. Dos risos, das palhaçadas, dos abracinhos, dos miminhos aos pequenos, da palavra amiga aos maiores.
O meu trabalho não é só Dançar. É criar, acompanhar, incentivar, ESTAR E SER perante os outros. No meu trabalho sou professora, sou amiga, sou instrutora, sou psicóloga, sou entertainer, sou palhaça, sou terapeuta. E sou tão feliz.
Bem-vinda ao trabalho, Joana.