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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Ter | 26.01.16

Viajar... o bichinho que nunca se vai embora

Recentemente falei-vos do quão estava relutante em viajar este ano. As minhas ansiedades de vez em quando dão-me para situações específicas, e ultimamente tem sido para todo o mal que vai neste mundo (terrorismo) e para os aviões. 

Eu própria me sinto ridícula por isto. Primeiro, porque terrorismo sempre existiu e vai continuar a existir (sim, continuo a dizer que estamos mais expostos que nunca. No entanto, que podemos fazer?) e quanto à parte de "voar", mais parva me sinto porque já voei tantas vezes, duas delas durante 12 horas seguidas, e nunca me deu para grandes ataques de pânico... até agora.

Bem, tudo isto só para dizer que estava difícil marcar as tão ansiadas (e merecidas) grandes férias que já tinha planeado fazer com o João há cerca de um ano. A ideia era, depois da nossa viagem a Londres em Agosto, começar a juntar algum dinheiro (para não doer tanto) e no Verão de 2016 fazer daquelas viagens que, muito provavelmente, só se fazem uma vez na vida. Comecei por tentar Nova Iorque, mas é escusado porque não lhe diz nada (eu sei, meninas... que dor no coração); Depois, entusiasmámo-nos imenso com a Tailândia, mas na altura das nossas férias não era favorável devido ao pico das monções ... então a ideia (com muita pena nossa) ficou para trás; depois, surgiu-nos Bali, era perfeito... até me aperceber da quantidade de horas enfiada em voos. Nada que não aguentasse (9 horas num primeiro voo, depois escala para um segundo voo de 12 horas... coisinha pouca), mas um passo de cada vez, certo? 

Depois destas três opções, vieram outras milhentas (menos oficializadas e faladas). Peru (demasiado caro), Índia (não lhe agrada), Japão (não me fascina a mim)... começámos a mentalizar-nos que iríamos ficar-nos pela Europa, pensámos até nos Açores, dentro de Portugal (mas lamento pessoas, não dou o DINHEIRÃO que teria que dar para ir em época alta, peço desculpa). Já estávamos a ficar frustrados com tamanha estupidez... tanto tempo a juntar dinheiro e tantos lugares maravilhosos para ver, sem nenhum ser "aquele". 

Até que se fez luz! Se não há um sítio específico onde queremos ir, se tudo nos parece incompleto ou inapropriado... então, que tal poucas horas de voo, uma experiência única e vários países em duas semanas?

Pormenores para um próximo episódio... ou post :P Alguém quer tentar adivinhar?

Até lá, aproveito para fazer a contagem decrescente para a primeira viagem de 2016 (de autocarro, como sempre fiz :')). Málaga, estou de volta  a ti em 10 dias!

 

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Ter | 19.01.16

O dia que todos os bailarinos temem

Quando fazemos da Dança uma carreira, possuímos, inevitavelmente, um medo comum a todos os profissionais das áreas físicas: que o nosso corpo falhe. O corpo é o nosso instrumento de trabalho mais precioso, e precisamos dele não só para exercer como também para progredir. Ele tanto nos ajuda a limar arestas, como é limado ao mesmo tempo.

Então, quando trabalhamos nestas áreas, o medo que o corpo falhe (seja de que modo for) é permanente. Pode não estar sempre lá a todo o momento a assombrar-nos, mas existe, é real, inevitável e compreensível. Se estamos constantemente a levá-lo aos limites (e a tentar passá-los), o corpo há de ceder. Ninguém é de ferro.

Umas vezes (a maioria), o corpo cede temporariamente. Lesionamo-nos, curamo-nos e voltamos à carga. Mas outras vezes, lesionamo-nos de tal modo que é permanente. O nosso instrumento de trabalho trai-nos e mostra-nos que as suas arestas foram demasiado limadas e que não aguenta mais. Há quem veja nesse momento o mote para parar. Outras, forçam a situação, arranjam maneiras de continuar a sua vida profissional de forma ativa e fisicamente estável.

Depois, há as remotas vezes em que o corpo cede por se descobrirem más formações, por se descobrirem doenças vindas do nada. Essas são as vezes em que, por mais que levemos o nosso corpo ao limite, não temos a culpa que ele tenha cedido.

Os bailarinos (e os restantes profissionais ligados a carreiras exigentes fisicamente) temem o dia em que lhes digam que algo está errado. Se é algo passageiro, porreiro... Aguenta, cura e segue. "Bem feita", pensamos por vezes, "devias ter alongado melhor/ não devias ter feito aquele movimento assim/ devias ter visto isso mais cedo".

Mas e quando é algo que não podíamos ter prevenido?

Temi esse dia, todos os dias. E ele acabou por chegar.

A partir de hoje sei que tenho Espondiloartrite Minor, mais conhecida como uma das doenças da dor crónica. Felizmente não tenho a componente inflamatória (que é a que de facto limita a vida e o trabalho de alguém), é controlável após alguns ajustes medicamentosos e conciliável com a minha profissão.

Ainda que tenha ouvido por parte do médico que não tenho de deixar a carreira da Dança, que com algum estudo e ajuste não vou ter dores e que não é degenerativo nem me vai afetar em grande escala... ainda assim, hoje não é um bom dia. É um dia em que assumo perante mim e perante os outros que terei de ter cuidados específicos comigo mesma para o resto da vida. Em que me recordo que não sou de ferro, que o corpo é uma bomba relógio e que a toda a hora estamos sujeitos a surpresas desagradáveis.

Parece fácil, porque há coisas muito piores... mas não é. Pelo menos hoje, pelo menos para mim.

A partir de amanhã, não "aguento, curo e sigo" como nas lesões temporárias, mas "aguento, atenuo e sigo". Dou graças a Deus por existirem opções que, com um comprimido ou outro, me ajudarão a "esquecer" e a ter apenas alguns "dias maus" por ano. Sou uma sortuda por ser uma "variável leve" nos casos existentes.

Mas hoje... hoje sinto-me no direito de estar vulnerável, triste e assustada.

Desculpem lá este post, que mais parece o muro das lamentações... mas já dizia o outro que "escrevo para não enlouquecer". Escrevo para racionalizar. 

 

Abracinho da Ju! 

 

Sex | 08.01.16

Pirosas

De volta às aulas (que tenho e que dou), hoje tive duas meninas de quatro anos engalfinhadas uma na outra. A razão? Ambas afirmam ser pirosas (como se fosse a melhor característica de sempre) e a "X" disse que a "Y"não o era! Que a "Y" não tinha tudo para ser pirosa e que tinha de aprender com ela (a "X")

Nunca pensei dizer isto, mas chegou a um ponto que tive mesmo de dizer: "PRONTO, SÃO AS DUAS SUPER PIROSAS, ESTÁ BEM? LARGUEM LÁ OS CABELOS UMA DA OUTRA!"

 

Relembro... têm 4 anos.

Afinal, se um dia Deus decidir que devo ser mãe só de rapazes, vou sentir-me abençoada. (ou não, ainda me calham uns pirosos também, para não cantar de galo)

 

 

Dom | 03.01.16

2016, sê bem vindo!

Bem, depois de me ter despedido de 2015 com alguma tristeza, está na hora de abraçar o novo ano e todas as novas oportunidades que este nos traz. Não é que de dia 31 para 1 algo tenha mudado como que por magia, mas acho uma excelente ideia que as pessoas aproveitem o simbolismo do "novo ano" para conseguirem a coragem necessária para mudar algo ou agir conforme uma decisão importante. 

Eu, como já tinha referido, sinto que não é ano de grandes mudanças. Esse foi, sem sombra de dúvidas, o 2015 (com uns pozinhos de 2014 já por ali a fazerem magia). Este ano profetizei a palavra EVOLUÇÃO, com o desejo profundo de poder "limar as arestas" de tudo o que até agora já consegui "fazer acontecer". Mas tal como toda a gente, tenho alguns objetivos específicos que tracei para este ano que agora nos saudou. Revendo os objetivos de 2014 para 2015, apercebi-me de que só não consegui cumprir dois: O de ler dois livros por mês e o de beber um café com a Sara e o Bruno (shame on us! Será que conta a bela da cerveja/sangria nas Festas da Moita?). Portanto, como podem entender, sou uma rapariga que tenta sempre cumprir com a sua palavra e leva a sua avante, de forma muito séria ;)

Ora, para 2016, assim de repente, é isto que me vem à cabeça:

- Continuar a dar aulas, mantendo (ou aumentando) o número de alunos;

- Terminar o 1º ano da licenciatura sem nenhuma cadeira em atraso;

- Fazer exames de rotina;

- Comer de forma mais saudável (o que me lembra um "desejo" super recente: perder os kgs que ganhei nestes dias! -.-')

- Não me deixar levar pela rotina do trabalho-faculdade, lembrando-me das pessoas que estão à minha volta, dando-lhes a atenção e o valor certo;

- Aumentar o meu "reportório" de culinária (por outras palavras, aprender a cozinhar mais e melhor xD)

- Fazer o espetáculo final de ano da forma que planeei;

- Pisar pelo menos 2 palcos para dançar;

- Continuar bela e amarela ao lado do meu príncipe encantado;

- VIAJAR, perder o medo e o pânico que recentemente me atacou e deixar-me ir como sempre fiz;

- Regressar a Málaga e ao Conservatório Superior por uns dias;

- Fazer mais uma formação de Zumba;

- Participar em mais de três workshops/formações de dança;

- Fazer um workshop de auto-maquilhagem;

- Ser mais positiva;

- Começar a trabalhar no meu segundo livro e continuar a apresentar o primeiro;

... Outros dois, que prefiro não referir por enquanto :) E claro, o essencial: Saúde (minha e dos meus), amor e PAZ. Muita paz neste Mundo (por favor).

 

Já dizia o Raul Solnado:

"Façam o favor de serem felizes!"

 

Deixo-vos com algumas fotografias de um mini passeio por Belém, ontem, com o mais-que-tudo. Apesar do tempo super nublado, habitava o sol no coração. E as temperaturas não estavam más, por isso foi maravilhoso. Respirar, absorver um pouco de Lisboa, aproveitar a companhia, rir, apreciar um belo Caramel Machiato no Starbucks, relaxar frente à bebida quente... viver e respirar (enquanto podemos).

BOM ANO, MEUS QUERIDOS!

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