Hoje acrescentei uma resolução ao ano de 2016: dar um rumo ao meu blog.
Desde que o criei que o escrevo com toda a paixão que tenho pela escrita e pela partilha de algumas fases da minha vida convosco (ainda que, durante a esmagadora maioria dos anos em que este blog esteve ativo, ninguém soube da sua existência por opçõa minha) mas agora sinto que está estagnado, que precisa de algo mais.
É certo que com a segunda licenciatura, o trabalho, o livro e tudo o mais, pouco tempo me sobra para me dedicar ao Palavra. Mas volto... volto sempre. E é um "voltar" genuíno, com vontade e todo o carinho que nutro por este espaço.
Por isso sim, tenho de lhe dar uma volta. Torná-lo mais dinâmico. Prometo que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para o tornar numa "casa" ainda melhor de se visitar.
Obrigado a todos os que me têm seguido aí desse lado. Somos um grupinho pacato de 500 seguidores via facebook, número que já acho maravilhoso uma vez que pouco ou nada faço para publicitar este meu "bichinho" (admito que por insegurança). Espero trazer mais maltinha à comunidade do Palavra.
Ele é vento, ele é chuva, ele é friozinho que não mata mas mói. Já chega, não? É que nem a mudança da hora (que eu tanto anseava) ajuda grande coisa se o tempo continuar assim em modo "ilumina mortos".
Já para não falar dos trapitos da nova estação que estou para aqui ansiosa de estrear, quanto mais não seja por estar farta da roupa invernosa.
Já faz mais de um ano que uma amiga minha (antiga "colega" de campeonatos de Hip Hop) me convidou para ser fotografada por ela em prol do seu mestrado em Design e Cultura Visual. Ela fotografou várias pessoas (bailarinos, na sua maioria) com contextos diferentes de exploração do movimento, e no meu caso, com o tema do "Movimento preso".
Conseguindo disponibilidade por parte das duas, disse prontamente que sim, porque a Cátia é uma pessoa fabulosa e confiava totalmente naquilo que ela pretendia, para além de que, de forma metafórica, é um tema que a mim me diz muito... desde nova que as minhas inseguranças me retraíram em muita coisa, incluindo na forma como encarava a dança, e por isso, de algum modo sentia que me movia, mas de um modo condicionado, e que precisava de me libertar dessas inseguranças e dessas "amarras invisíveis" para me tornar numa melhor bailarina e numa pessoa mais feliz.
A razão pela qual vos conto isto é porque recebi as fotografias há cerca de um mês em forma de book fotográfico, que a Cátia generosamente decidiu fazer para cada uma das pessoas que participaram neste seu projeto final académico, e quero muito mostrar-vos algumas porque acho que ficaram muito "out of the box". A razão pela qual não tive acesso às fotografias antes foi porque elas não podiam ser utilizadas de modo algum até que a Cátia apresentasse o seu projeto para terminar o seu percurso pelo IADE. Agora, terminada essa fase com uma nota brilhante, posso revelar-vos algum do trabalho que fez comigo :)
Desde miúda que sempre adorei captar momentos através das câmaras. Aliás, creio que a primeira vez que juntei dinheiro na minha vida foi para comprar uma máquina fotográfica (daquelas ainda com rolo). Tinha cerca de 8 anos, vendi pulseiras, colares e aneis que fazia de missangas e fui amealhando todo o dinheiro possível (claro que os meus pais ajudaram imenso).
Depois cresci e tive algumas outras máquinas, entrando já na era Digital. Tive algumas, não muitas, até porque não eram propriamente baratas (e claro, à medida que fui crescendo, a prioridade passaram a ser os telemóveis e os cursos e workshops de dança que iam aparecendo, para além da roupa para o efeito). Mas nunca, nunca deixei de fotografar. E comecei a gostar ainda mais de o fazer quando comecei a viajar com maior frequência. Captar pessoas, culturas, essências diferentes. Mas comecei a ficar um pouco desiludida com as máquinas compactas (principalmente porque a última, como souberam neste post, deu muitos problemas). Então o meu namorado, o melhor do Mundo, um dia apareceu-me em casa com uma Nikon D3200 para me oferecer, sem motivo, sem celebração, sem algo que me fizesse prever o gesto. Disse-me em tom de brincadeira "Vá, agora já podes parar de refilar por causa da máquina que tens". E eu chorei, feita parva a olhar para o meu "brinquedo" novo. Foi das melhores prendas que já recebi, principalmente porque não estava de todo à espera.
Claro que a explorei ao máximo, mas sozinha é dificil entender determinadas definições, e principalmente a beleza do seu modo Manual. Foi então que descobri os Workshops de iniciação à fotografia do Tiago Figueiredo e resolvi inscrever-me. No meio de todos os meus afazeres, tinha de arranjar "data e solução" para conseguir ir, era uma das resoluções para 2016 e quanto mais cedo, melhor.
Antes que comecem a pensar "Mais uma que viu o que 'a Pipoca mais Doce' foi fazer e resolveu fazer o mesmo." Nada disso. Pesquisei todos os Workshops existentes e possíveis, comparei todos os conteúdos, os preços, o tempo de formação e entendi que o Tiago era a melhor opção por várias razões, desde a localização, às datas, ao tempo de workshop, mas também devido aos conteúdos (tive de meter a mão na consciência e entender o quão leiga sou no que toca à fotografia e o que era prioritário aprender). E outro dos grandes (e principais) motivos para escolher o Tiago foi o trabalho que tem desenvolvido (podem acompanhar aqui). É um estilo que me interessa, muito humano, muito cru e ao mesmo tempo cheio de essência. É muito foto-jornalístico sem perder a poesia. É um trabalho que nos leva a conhecer histórias de vida (e outras vezes, a tentar decifrá-las). Um trabalho com muito tato e principalmente com muito amor à profissão.
Foi esta a expetativa com que fui para o Workshop, acompanhada da minha Nikon. Mas foi muito mais além do que esperava. Cada "formando" teve a oportunidade de conhecer a sua máquina e de estreitar laços com ela. Entender como funciona, o que nos pode dar e como nos pode dar. Trabalharmos em uníssono com estes "brinquedos" leva tempo, mas havemos todos de lá chegar. Durante o workshop, tivémos um perfeito equilíbrio entre a teoria e a prática, sempre de forma muito informal mas cheia de conteúdo. À medida que fomos aprendendo a manusear individualmente as máquinas, fomos para a rua fazer alguns exercícios pelo Chiado, Bica e Bairro Alto fora. Fui completamente desafiada quando nos pediu para conseguirmos retratos de 3 pessoas em meia hora. Foi, sem sombra de dúvidas, algo muito assustador para mim, custou-me entender como poderia abordar alguém na rua para fotografar e depois ainda tentar que a fotografia captasse um pouco da essência e história da pessoa. Mas lá me safei ! (obrigado aos três simpáticos seres que contribuíram para o meu "dever cumprido"). Pudémos também ver e apreciar o trabalho de vários fotógrafos que o Tiago nos foi "apresentando", mostrando os seus projetos e os vários estilos que os diferenciava. Falou também do seu trabalho, que para mim é inspirador, e foi dando feedback dos nossos exercícios individuais cada vez que voltávamos à "sala", o que foi excelente (aprendemos com os nossos erros e apreciámos a qualidade não só do que fizémos, como do que os outros colegas conseguiram fazer). Conheci pessoas muito interessantes e todas muito diferentes, o que é sempre maravilhoso.
Em suma, foi uma experiência que já queria ter há muito e que em nada me desiludiu. Estou ainda mais apaixonada pela minha Nikon, pelo mundo da fotografia, e principalmente pelo fotojornalismo. Sinto-me inspirada a continuar a evoluir e a desenvolver alguns projetos. Tenho, como sempre, a cabeça a fervilhar com ideias. Mas essas, só lá mais para a frente :)
Sim, eu sei, sou um bocado "multi-task". Mas não me interpretem mal, não sou menina de me entusiasmar com algo e depois deitar fora. Interpretem-me antes como uma apaixonada pela vida e pelas artes, tenham elas o formato que tiverem. E quanto mais aprender e absorver sobre aquilo que me fascina, mais sinto que dou valor à minha existência.
Deixo-vos algumas fotografias que tirei durante a formação. Agora sim, vou parafrasear um pouco a blogger Ana Martins: expetativas baixas, está bom? Não estalei os dedos e tornei-me fotógrafa. Sou completamente amadora, com muito por aprender. Ainda assim, espero que gostem :)
Hoje celebramos 3 anos de “tudo”. E é “tudo”, porque por palavras torna-se difícil quantificar ou qualificar esta viagem que temos feito a dois, onde os momentos bons prevalecem sobre os escassos momentos maus, e os momentos maravilhosos ainda conseguem sobrepor os bons. Já passaram (mais de) 3 anos desde que bateste na porta do carro de um dos nossos amigos em comum para me acenar e sorrir com aquele sorriso que só tu sabes ter. Eu estava ao telemóvel, acenei-te à pressa e borrifei-me na tua pessoa xD Já passaram (mais de) 3 anos desde que conversámos e rimos entre amigos numa noite em que tiveste de te ir embora mais cedo porque ias trabalhar na madrugada seguinte. Já passaram (mais de) 3 anos desde que estava descontraída no Starbucks do Rossio com uma amiga e recebi uma chamada de outra amiga em comum a rir-se e a dizer que tinhas cordialmente perguntado se podias ter o meu número. “Qual João?”, perguntei eu. Não que não me lembrasse de ti… apenas achava que um sorriso como esse iria interessar-se num sorriso à sua altura, e não no meu, que era inseguro e tinha menos 5 anos que o teu.
Já passaram 3 anos certinhos desde que me tornei numa pessoa melhor. 3 anos desde que a tua tranquilidade típica veio equilibrar o meu stress constante (às vezes xD) e que o teu bom humor característico veio atenuar o meu mau feitio… que me tornei mais segura de mim, pela segurança que me transmites todos os dias… que tive mais força para evoluir, porque o teu apoio é incondicional em tudo o que faça.
Obrigado, meu amor. Sei que não é fácil namorar com uma bailarina “multi-funções”, que ainda por cima tem um mau feitio descomunal quando está cansada. Sei que não é fácil teres uma cara-metade com tanto por fazer, todos os dias. Tu sabes, e aceitas, e apoias. Constantemente. És o melhor do Mundo, das pessoas mais genuínas que conheço (mesmo quando me tiras do sério :P )
Portanto, 3 anos de ti, de mim, de nós. De amor, amizade, respeito, companheirismo, parvoíces, risos, idiotices, e até mesmo viagens à volta do Mundo que nos fizeram evoluir juntos… 3 anos de momentos inesquecíveis, com a certeza de que muitos mais anos e muitos mais momentos virão. O caminho é para a frente, lado a lado. O melhor ainda está para vir : )
Amo-te, pinguim <3
Como dizia o outro, “depois de te ter encontrado, percebi finalmente o porquê de não ter resultado com mais ninguém.”
PS: Claro que isto não é desculpa para deixares as meias no chão. Esfrego-te com elas na tromba na mesma :D