Um novo "amor coreográfico" (e a razão do meu desaparecimento aqui pela barraquinha)
Já não me recordo bem em que mês é que o ano passado comecei a "panicar" a sério com o espetáculo da Cinderela, mas sei que este ano, com o "Aladino", o pânico está a iniciar praticamente em Abril. E não sei bem se lhe hei de chamar pânico ou só mesmo ansiedade. É uma vez mais uma sensação agridoce, um misto de obsessão por ver tudo pronto a ser apresentado e pena por daqui a nada já ter terminado mais uma jornada maravilhosa.
Estes espetáculos que crio em conjunto com os meus alunos (os meus póneis, como carinhosamente os nomeio) têm, para além da magia da dança e da Disney, a capacidade mágica de estreitar (ainda mais) laços que têm uns com os outros e individualmente comigo. E sendo eles mais de 70, tornam-se muitas emoções para gerir. As alegrias deles são as minhas, as tristezas vivo-as com eles, assim como entusiasmo, o nervosismo e tudo o mais que sintam e que me digam ou demonstrem. Ainda não consigo dizer se considero esta minha característica de entrega total a estes miúdos uma qualidade ou um defeito profissional. Mas sei que é algo que faz a diferença, e que é algo que se vê em palco e torna tudo muito mais bonito.
Tudo isto só para vos dizer que pronto... começaram os meus desaparecimentos por aqui por só respirar Aladino. Este ano, ainda com a saudade e a nostalgia do espetáculo da "Cinderela de outras histórias", vivo, como, respiro e sonho Aladino. Faltam neste preciso dia, 3 meses. Parece tanto para os de fora, mas para nós, que vamos estar em palco, falta muito pouco. O ano passado ajudou bastante o facto dos familiares e amigos estarem mais "descontraídos". Não faziam ideia do que aí vinha, por mais que os participantes lhes dissessem. Confesso que percebi que ninguém estava à espera de ver miúdos tão novos a fazer um espetáculo daquela dimensão. Que tinham curiosidade, mas nenhuma expectativa (afinal, era o primeiro).
Este ano é diferente. Sinto uma pressão gigante para igualar ou ultrapassar a "Cinderela". Está toda a gente eufórica e ansiosa (crianças e adultos) e eu tenho de amenizar a minha própria ansiedade para não alimentar a dos restantes. Sendo a professora, coreógrafa, produtora, cenógrafa e ainda a responsável por decidir as indumentárias... torna-se complicado.
E é isto, maltinha... Venho aqui "desabafar" convosco e ao mesmo tempo desculpar-me pela minha falta de presença no "Palavra". Prometo tentar trazer novo conteúdo durante Abril.
Obrigado por estarem aí desse lado *