(Re)nascer
Podia começar este post por pedir desculpa a quem gosta de ler este Blog... isto porque a minha ausência tem sido grande (enorme). Mas não o vou fazer. Porque não tenho desculpas, tenho motivos.
Não me levem a mal, não é nada pessoal. Nem convosco nem com ninguém. Tem sido comigo, com as circunstâncias/azares/merdas/injustiças da vida que decidiram vir todas juntas e que me têm assombrado os dias.
Para tentar ser mais explícita, e como entenderam pelo meu último post antes deste, para além do atropelamento/falecimento da minha gata, estava à espera do falecimento da minha coelha Tambor, companheira de 7 anos. E pela minha ausência, deu para entender... aconteceu mesmo. E aconteceu depois de uma dolorosa semana entre veterinários, medicações, internamentos e medidas desesperadas para a fazer comer, beber água, andar. Em vão. A Tambor foi ter com a Bolota ao céu (ou algures). E assim foram duas patudas que perdi no espaço de um mês.
Depois, uma das pessoas que mais amo adoeceu. Não vou dizer como nem porquê. E não sendo nada de fatal, posso dizer que trouxe dias muito maus para juntar à festa. Ainda estamos no caminho das melhoras. Ainda há algum caminho a percorrer. Dias melhores e dias piores.
No meio de tudo isto... um segundo ano da segunda licenciatura para terminar, e um espetáculo em vias de ser apresentado, tendo à minha responsabilidade 75 alunos, entre os dois e os 17 anos. Correu lindamente, dentro dos possíveis, dados todos os fantasmas a rondarem a minha cabeça. Mas desse espetáculo e do orgulho que foi, falarei num outro post.
Isto tudo para vos explicar o que aconteceu para ter andado desaparecida, não para me desculpar. E não me entendam mal, ainda não estou bem. Sou a primeira a admiti-lo, sem ter qualquer tipo de pena de mim própria. Não somos nada se não aprendermos a enfrentar as adversidades da vida. E às vezes é fodido vem tudo junto sem avisar.
Ontem fiz anos. E pela primeira vez, não queria muito fazê-los. Não vi o tempo passar, não me mentalizei que ia fazer um quarto de século e não me sentia com o humor de quem é aniversariante e está a meio dos seus 20's. Mas aceito-o. Ontem fiz anos. Fiz 25. E apesar de não me sentir no meu melhor espírito, sinto-me grata. Passei-os a trabalhar, rodeada de crianças, não dancei porque neste caso não é isso que me compete, mas fui acarinhada. Hoje não pude ter jantar de aniversário com todos os amigos porque estava cansada e amanhã vou trabalhar cedo, mas fui jantar com a família onde algumas vezes gostamos de ir. Ao namorado-noivo calhou um turno de bosta que o fazia chegar a casa às 22:30h, mas às 22:30h preferiu estar antes à porta da minha para me dar um beijo, duas prendas e cantar-me os parabéns com um bolo que os meus pais e mano mandaram fazer de surpresa para mim.
Tudo isto para resumir: Hoje volto ao blog. E volto porque, apesar de não estar no meu melhor, sinto-me grata pelo que tenho, pelas pessoas que me rodeiam e pelo que faço (profissionalmente e como hobbie). Ontem, que fiz 25 anos, já tenho idade e responsabilidade para mais escolhas, e hoje escolho parar de choramingar sozinha, parar de afirmar falta de inspiração e paciência e escolho insistir no Blog. Porque me faz bem, porque é parte de mim, porque escrever é terapêutico e porque esta "barraquinha" não merece estar ao abandono.
Por isso, hoje o "Palavra" renasce e eu (ainda que um pouco à força) renasço com ele. No fundo, sou a mesma... Com a diferença de que tenho 25 anos e estou mais forte.
Siga em frente... sempre, sempre, sempre em frente *
PS: Obrigado a todos os que tornaram o meu dia mais especial, com abraços, miminhos, palavras, gestos, dedicatórias de me levar às lágrimas. Quem temos ao nosso lado é, de facto, o que mais importa <3