Muito prometi e fui deixando passar. A verdade é que também estava à espera das maravilhosas fotografias tiradas pelos fotógrafos requisitados, da João Nogueira Photography .
Tal como a seguir ao espetáculo da "Cinderela de outras histórias", o primeiro que fiz desta dimensão, as palavras têm dificuldade em sair-me para o teclado sobre o "Aladino", correndo o risco de não fazerem justiça a toda a intensidade e orgulho sentido.
A verdade é que, como já escrevi aqui anteriormente, Maio e Junho não foram meses nada fáceis. Juntaram-se algumas tragédias pessoais, a muito trabalho a nível académico e também muita pressão a nível profissional. Sabia que tanto eu como os meus alunos tínhamos trabalhado para o espetáculo do "Aladino" com um esforço de outro mundo mas, ainda assim, a pressão que sentia era a de desiludir os presentes espectadores. De não igualar ou superar o da Cinderela. De fazer asneira no "durante", atrás ou em cima do palco, devido ao cansaço extremo.
Fotografia de Don Bellony Abel Pereira
Mas no final de contas, correu tudo como todos queríamos que corresse. Bem, fluidamente, com todas as estrelinhas alinhadas para chegar àquele momento em cima do palco e fazer-me chorar de alívio, de felicidade, de orgulho, de vê-los dançarem, trabalharem em equipa mas também divertirem-se a contar à nossa maneira uma história que vem de há tantos anos e de tão longe.
Este "Aladino de outras histórias" foi mais desafiante do que a Cinderela em termos de enredo. O cuidado que tive de ter foi não o fazer cair no mesmo enredo e nos mesmos tipos de cenas em cima de palco, ainda que quisesse manter o dueto entre as personagens principais.
Também foi mais complexo no que diz respeito aos figurinos. Uma vez que contaríamos uma história bem Oriental, queria roupas mais vivas, ainda mais brilhantes, com cores quentes, umas mais fiéis às personagens do filme da Disney e outras nem por isso. 75 alunos, e mais de 5 tipos de figurinos para muitos tipos de corpos. Muitos metros de tecido, de linha, de elástico e sabe Deus mais o quê. Senti muitas vezes que era preferível dormir na retrosaria. Não foi fácil, e irei agradecer eternamente as ajudas que tive.
O "Aladino" foi também mais difícil a nível de coreografias. Aumentei o nível de todos os grupos e fi-los trabalharem o dobro (aos mais velhos, o triplo). Ainda tive de ter em conta as músicas de hip hop com alguns ritmos e influências orientais sem chegar ao limbo da piroseira. Creio que consegui, e eles conseguiram encarnar essas pequenas fusões nos seus passos.
Outra diferença da "Cinderela" de 2016 para o "Aladino" de 2017, é que na Cinderela eu dancei um solo enquanto passavam as fotografias tiradas aos alunos no decorrer do ano letivo, e este ano, após a passagem das fotografias terminar, dancei um solo e na mesma música dois pequenos duetos: um com a Cinderela e outro com o Príncipe. No final da coreografia "passaram o testemunho" ao Aladino e à Jasmin deste ano. O difícil foi não chorar. Não deu. Chorei, dancei e suei ao mesmo tempo. Foi um início intenso que, segundo os que assistiram, foi sem dúvida marcante. Não tinha como não o ser, uma vez que a música foi a da Mariza "Melhor de mim".
Três últimas fotografias de Don Bellony Abel Pereira
Foi maravilhoso e, creio eu, superou as expectativas. Qual o problema disso agora? Superar no ano seguinte. Mas é um desafio que abraço com muito entusiasmo, porque cada vez que crio estes espetáculos e vejo-os a ganhar vida graças a miúdos maravilhosos como os "meus", sempre que os sinto entusiasmados, movidos, inspirados como eu...sei que estou no sítio certo a fazer o que é certo.
Assim que acabou o espetáculo (literalmente, assim que as cortinas fecharam) muitos dos meus alunos me vieram perguntar qual seria o filme da Disney do próximo ano. Eu já sei, e já lhes contei. Para vocês que me estão a ler... aguentem-se só mais um bocadinho :)
Deixo-vos o espetáculo na íntegra filmado, que podem visualizar neste LINK.
Quem não adora ir à piscina durante o Verão? Mesmo quando não há possibilidade de se ter uma em casa (tipo, 90% das pessoas, arrisco-me a afirmar), as piscinas públicas fazem-nos as delícias de dias com amigos, com a família ou até mesmo sozinhos, para relaxar.
Acontece que, como em tudo na vida, há situações irritantes ou até mesmo embaraçosas a que nos sujeitamos quando nos encontramos num sítio destes. Já me aconteceu a mim ou a conhecidos cada um destes pontos que irei referir abaixo. Será que conseguem identificar-se com algum deles?
1 - A molha involuntária.
Estarmos a tentar entrar "de mansinho na água" (traduza-se, ainda temos apenas água pelos pés ou, na loucura, pelo joelho), e uma criancinha engraçada (poderei estar também a referir-me a adultos idiotas) resolve fazer uma bomba (ou um mergulho mal feito) mesmo, mesmo, mesmooooo ao nosso lado. Resultado: ficamos imediatamente (e involuntariamente) molhados, cheios de frio, sem vontade de entrar na água e com desejos um tanto ou quanto homicidas (por exemplo, imaginar o engraçadinho da bomba a tentar fazer o mesmo numa piscina que afinal não tem água... ou imaginá-lo a escorregar antes de conseguir chegar lá dentro. Só coisas bonitas.)
2 - O desfile dos pinguins.
Enquanto estamos descontraídos na nossa toalha/espreguiçadeira ou dentro de água está tudo muito bem. Mas o desfile de ida e volta entre esses dois postos é sempre composto por uma cambada de pinguins e "ais-uis". Isto porque esse caminho é, a maior parte das vezes, de uma pedra que eu gostava de saber quem escolheu para um espaço daqueles (que magoa os pés descalços como o caraças), ou feito daqueles azulejos que nos fazem sentir que afinal enganámo-nos no caminho e fomos parar à pista do gelo: escorregadio até mais não. O resultado são pessoas a tentarem ser cuidadosas e subtis, o que creio que quando estamos em trajes menores, funciona sempre com uma elevada taxa de insucesso. Passinhos pequenos, passinhos apressados, passinhos lentos mas com os pés quase colados... e juntamente com este "pinguin walk" é ver mamas a dançar a lambada nos biquínis da moda, banhas a saltar por todos os lados, corcundas nas costas como se o ato de as curvarmos nos amparasse uma possível queda, e braços ao lado do corpo, abertos em demasia ou colados ao tronco a tentar manter o equilíbrio do resto. Uma animação.
3 - A cueca pesada.
E quando resolvemos que sair da água pela escada é para os fracos e subimos à força de braço pela borda? É de uma proesa sem explicação, principalmente porque temos as mãos demasiado ocupadas a amparar a subida e não temos nada para amparar a cueca do biquini que desliza cu abaixo com o rego a fazer "cucu" aos restantes nadadores. O que é que se faz? Sobe-se mais depressa, ampara-se a cueca só depois de nos encontrarmos fora da água e rezamos para que ninguém tenha visto o "mealheiro". É toda uma classe.
4 - As pessoas sem noção.
Há vários tipos de "sem noção" sobre os quais poderia falar aqui. Aliás, dava quase para um livro:
» Os sem noção de espaço: os desconhecidos que se deitam literalmente ao nosso lado na toalha (só falta a conchinha);
» Os sem noção da pontaria: conseguem sempre fazer uma "bomba" para dentro de água tendo como amparo da queda a nossa pessoa. É todo um abalroar com ciência;
» Os sem noção do barulho: os que estão com um pequeno grupo mas falam como se estivessem a discursar para todas as pessoas que se encontram num raio de 30 km's. Tenho cá pra mim que fazem falta no mercado do Bolhão;
» Os sem noção de civismo: que fumam, e fumam e continuam a fumar encostadinhos na espreguiçadeira, de olho fechado, sem ver que o fumo está a ir diretamente para a narina de outra pessoa;
... and on, and on, and on
5 - O nadador salvador adormecido ou engatatão.
E quando existem crianças descontroladas a entrar-sair-saltar-correr na piscina, ou algum idiota está a agarrar na namorada que tem frio para a empurrar para dentro de água sob o risco de se espetarem os dois no chão, ou quando estão a acontecer mil coisas que, de acordo com as regras, são proibidas...onde está o nadador salvador? A mandar o seu charme às polacas que acabaram de chegar, claro; Ou a olhar discretamente (pensa ele) para o telemóvel. Ou a tombar a cabeça, adormecido, por detrás dos seus óculos bem escuros. Já dizia o outro que o ofício mais difícil de dominar é o de não fazer nada.
Lembram-se de mais alguma situação irritante ou embaraçosa que aconteça nas piscinas? Partilhem nos comentários :)