Uma nova revista e um orgulho com dois lados
Quem me conhece, sabe que sou fã da Mafalda Sampaio, mais conhecida como "A Maria Vaidosa". Uma rapariga que começou como uma pequena Youtuber e está a mostrar o quão "grandes" podemos ser se mantivermos o trabalho árduo, a perserverança e a humildade. Hoje em dia é uma influencer de renome, através dos seus vídeos, do seu instagram e através de todos os projetos em que coloca corpo e alma. O mais recente é a sua própria revista trimestral que está, desde hoje, em todas as bancas.
Até aqui tudo certo. Ela tinha pedido, através de um vídeo, histórias de pessoas inspiradoras para um novo projeto que não revelou até ontem qual era. E houve uma ou duas alminhas que me incentivaram a mandar a minha história, sem eu saber muito bem por onde começar e como fazer com que ela e a sua equipa achasse que eu "valia a pena", fosse em que formato fosse. Quando ela anunciou um projeto, pensei em tudo: num novo canal, num livro, num programa... mas nunca me passou pela cabeça uma revista... e muito menos que eu valesse quatro páginas da sua primeira edição!
Hoje comprei a revista de manhã cedo, aproveitando que ia beber descontraídamente um café. Não dormi bem ontem (na realidade, nem tenho dormido), estava de mau humor e precisava de me abstrair. Sabem aqueles dias em que nos sentimos impotentes e uns grandes inúteis? Era eu hoje, quando acordei.
Abri a "Maria Vaidosa" a primeira vez sentada com o café à frente, e li as suas páginas uma a uma enquanto ingeria a minha primeira dose de cafeína do dia. Quase me engasguei quando cheguei à página 116 e me apercebi em micro segundos que aquela cara me era demasiado familiar. Quando caí em mim, percebi que era eu e posso dizer que fiz uma figura um pouco retardada na pastelaria. Passado o choque, virei as duas primeiras páginas e continuava lá. Li o artigo e fiz um esforço para não me cair uma lágrima. Não sei se foi da "histeriquice", do choque... mas por largos momentos senti que, afinal, valho alguma coisa. Não por aparecer uma revista, não por ter uma história escolhida por uma pessoa que eu tanto admiro, mas porque ao ler lembrei-me porque é que hoje sou o que sou, por onde comecei e o que já palmilhei e melhor de tudo: não sou uma inútil. Dou o meu tempo todos os dias a quem me valoriza, não só a nível pessoal como profissional. E foi tão bom este pequeno reconhecimento.
Referi no título "...um orgulho com dois lados". E é, de facto. Orgulho na Mafalda e orgulho em mim. Porque ter orgulho próprio deveria ser uma constante, sem medos do que possam pensar, sem filtros, sem tretas.
Parando de falar de mim, a revista vale mesmo a pena. Porque detesto que as revistas tenham três artigos e mil páginas de publicidade. Esta tem, de facto, muito conteúdo, variado, simples de entender, fácil de ler e tem o seu cunho pessoal que, quem "segue" a Maria Vaidosa, consegue reconhecer a milhas. Está mesmo bem conseguida e ficarei ansiosamente à espera da próxima, que sairá daqui a três meses.
Obrigado Mafalda.
#somostodasmariasvaidosas