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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Seg | 30.10.17

Dizer várias vezes para acreditar: O MEU SEGUNDO LIVRO

 

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"O meu segundo livro". Quando escrevo, leio e digo para mim mesma estas quatro palavras juntas numa única frase, sinto uma mistura de emoções e sensações diferentes.

A primeira coisa que sinto é, obviamente, felicidade. Quem me conhece sabe que desde pequenina dizia que queria ser "bailarina e escritora." Mais tarde, assumi vincadamente que queria ser "bailarina e jornalista". E quando o jornalismo teve de ficar para trás, conseguir manter este bichinho da escrita elevando-o até este patamar foi um sonho tornado realidade. E aliado à dança, às crianças e à evolução de mentalidades é motivo para estar nas núvens. 

Outro sentimento que trago é, por mais estranho que pareça, algum desalento. E desculpem-me passar do oito para o oitenta e, ainda por cima, deixar-vos sem uma explicação para isto -  que vou deixar - mas tinha de o deixar registado. Talvez um dia o explique. Nada que não se ultrapasse. 

Passando já de novo para energias mais positivas, sinto também orgulho. Orgulho em mim, que consegui trazer a Mica de volta, orgulho na Sara, que consegue ser a melhor ilustradora do mundo e ao mesmo tempo uma trabalhadora a full time noutras vertentes da sua área, orgulho na própria Mica que é apenas uma personagem mas é também uma presença, uma voz "de fundo", uma personalidade doce mas vincada e pronta para mudar o mundo com as suas convicções e, no caso deste novo livro, com a sua curiosidade e comunicação.

Posso dizer que sinto também medo. E não tenho medo de ter medo, muito pelo contrário. Ter medo é bom. É ter noção. É ter uma âncora que me ajuda a manter os pés assentes na terra quando, em modo de eterna sonhadora, me apetece levitar. 

E entre tantos outros sentimentos que poderia aqui enumerar mas que tornariam este post um possível estudo de caso para os psicólogos deste país, tenho aqui que salientar a GRATIDÃO. Sinto-me grata por ter uma família que tanto me atura nestes atos de loucura, grata por ter um noivo que confia nos meus saltos de fé, grata por ter uma amiga-ilustradora disposta a continuar a "saltar" comigo, grata por ter amigos (poucos, mas bons) que têm sempre uma palavra certa quando já não consigo continuar a fingir que sou rija e quebro um pouco a carapaça da "carangueja" que sou, grata por todas as (muitas!) crianças que ouviram, viram, leram, contaram e viveram a Mica de uma forma tão única que lhe deram vida e permitiram que ela seguisse as suas aventuras e continuasse a sua missão junto a mim. 

Talvez vá voltar a repetir tudo isto aquando do lançamento. Ainda falta mais de um mês. Mas hoje, que anuncio este meu outro "bebé literário", não fazia sentido começar de outra forma. Nem sequer a falar sobre o seu conteúdo. Primeiro tinha de me "situar em mim mesma". Agora sim. Vamos a isto, Mica! 

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Fotografias: Margarida Pestana

 

Sex | 27.10.17

Halloween make up - inspirações

Com o calor que se faz sentir nem parece que estamos tão perto do Halloween, mas na realidade faltam cerca de 4 dias! E por isso, para aqueles que como eu adoram esta festividade já está mais que na hora de pensar na maneira de o celebrar. Este ano, com a quantidade de trabalho abismal que tenho tido (e que tende a estender-se durante mais uns bons tempos) não tive tempo de sequer pensar em nada a não ser celebrar com os meus alunos nas aulas de dança. Músicas alusivas, umas decorações super giras (e compradas, porque não terei tempo para DIY's), uns miminhos doces e está feito o meu Halloween (snif snif... para o ano "vingo-me" na casinha nova!).

Ainda assim, sei que há muita maltinha que vai para festas dedicadas ao tema. E como cada vez acho mais que a maquilhagem faz toda a diferença em determinados disfarces, hoje trago-vos algumas inspirações que reuni para vos mostrar. São maquilhagens que, mesmo quem não tivessem um fato a "acompanhar", seriam capazes de ganhar um concurso de melhor máscara! Espero muito que gostem e que, se reproduzirem alguma, me possam mostrar ;) 

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Pinterest "ShopStyle"

 

 

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 Imagem retirada de um artigo "The Zoe Report"

 

 

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 Blog "Forever Free by Any Means"

 

 

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 Instagram @jessjanemakeup

 

 

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 Instagram @kimberleymargarita_

 

 

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Imagem retirada de www.weheartit.com

 

Sab | 21.10.17

Ser professor que pensa fora da caixa (um desabafo com verdade)

Há medida que vamos crescendo e, por acaso, nos tornamos professores (seja do ensino regular, seja como no meu específico caso, de dança) vamos fazendo involuntariamente uma retrospetiva de como foram (ou quem foram) os nossos professores no passado. Há medida que nos vão ensinando sobre pedagogias específicas, que vamos aprendendo um pouco mais de psicologia ou interiorizando estratégias de ensino-aprendizagem, começamos inevitavelmente a pensar “quem era bom professor e quem era mau” quando éramos nós os alunos. Mas quando nos deparamos de facto com a prática no terreno, percebemos que as coisas não são assim tão preto no branco como nos foi sintetizado: muitas das vezes as nossas estratégias vão de encontro à pedadogia com que mais nos identificamos mas, outras vezes, e dependendo das turmas que temos, encontramos um equilíbrio entre o que achamos o correto e aquilo que nunca nos imaginámos a fazer. E isso começa por ser assustador, porque é um jogo totalmente “tentativa-erro”, mas pode transformar-se num trabalho muito nosso e revelador de nós próprios enquanto seres conscientes que evoluem com o tempo.

Quando comecei a dar aulas (mesmo, mesmo no início) tinha o grande problema de não confiar. Não confiar em mim e, por consequência, nos outros. E portanto não confiava nos meus alunos para fazerem demonstrações, uma vez que não confiava que o meu trabalho fosse bom o suficiente para ser exposto por eles. Esse medo passou. Obriguei-me a dar saltos de fé e a confiar que iriam transmitir ao público o que lhes tinha transmitido. A partir do momento em que esse “bicho papão” foi enfrentado, as coisas começaram a fluir. Demonstrações? Espetáculos? Siga.

Depois, com o tempo e com a experiência, comecei a questionar-me a mim mesma sobre o propósito do meu trabalho. Ensiná-los a dançar, fazerem demonstrações e pronto? Não me chegaria. Não podia ser só isso. E foi então que, ao começar a dar aulas de forma mais descontraída e segura, me apercebi que precisava também de contribuir para formar cidadãos mais conscientes. Não sou “a escola”, mas também sou “a professora”. Ensino dança, mas esse ensino tem de ter um paralelismo com as aprendizagens sociais, os valores e, se não for pedir muito, com um conceito muito vincado de paixão, criatividade e resiliência.

O meu trabalho começa por aí. Por fomentar o respeito, o espírito de equipa e a entreajuda dentro dos grupos. Começa por fazê-los ver que sonhar não faz mal mesmo que os sonhos pareçam os mais disparatados, mas que só com esforço, com humildade, dedicação, visão e fé é que conseguimos chegar a algum lado. O meu trabalho passa também por inspirar, transmitir uma paixão que é minha desde que me lembro, mas também passa por amenizar egos quando estes se elevam demasiado e consciencializar os meus alunos da importância de cuidarem do seu corpo para que este funcione bem durante o maior número de anos possível (porque felizmente ou infelizmente, ainda não somos de ferro).

E assim, o meu trabalho passa também por métodos menos usuais de ensino. Felizmente, são cada vez mais aplicados, mas ainda são daqueles com reações parecidas às de quem prova sushi para primeira vez: ou se ama ou se odeia. E no caso dos que odeiam, é triste saber que nos vêm como preguiçosos, maus professores ou desmotivados, quando é exatamente ao contrário. Ainda há muito caminho a percorrer para toda a gente verificar que há aprendizagens que se adquirem melhor mediadas pelos próprios alunos com orientação do professor.

Quando deixamos os alunos mediarem o conhecimento com a nossa orientação em vez de sermos aqueles que dizem "é assim, faz assado" eles já estranham. A formatação que lhes é imposta nas suas outras realidades é reta, sem curvas nem desvios. Já se habituaram a ficar em segundo plano para ouvir ou, no caso da dança, reproduzir o que o professor faz. Mas e se fazemos diferente? E se optamos por outras formas de ensino mais dinâmicas, mais relacionais, mais COM eles? Isso faz de nós piores professores? Faz de nós os “mauzinhos” que os obriga a pensarem demasiado? Faz de nós os despreocupados que os deixa à própria mercê?

Peço-vos que parem um pouco e observem as nossas gerações futuras de adultos. São crianças e jovens que estão presos num ritmo alucinante e automatizado, miúdos que levam um choque quando, por exemplo, a professora de dança lhes pede para fazerem uma coreografia sem ela e “ainda por cima” (como eles muitas vezes desabafam) em grupo. São alunos que nos criticam baixinho por os fazermos rever coreografias em conjunto e a ensinarem a quem faltou a aula passada, sabendo que a professora naquele momento está ali apenas para tirar as dúvidas necessárias, e que referem baixinho (como se nós não ouvíssemos tudo) que "não são o professor"

Pois não, não são. Mas são companheiros, amigos e, principalmente humanos. Indivíduos conscientes capazes de reter informação, revê-la e transmiti-la a outros à sua maneira. Maneira essa que, sendo mais próxima da realidade do indivíduo que estão a ensinar, torna a aprendizagem mais rápida para ambos. Ao ensinarmos, também aprendemos sempre mais qualquer coisa.

Sinto nas crianças e jovens de hoje em dia demasiada ação e muita falta de noção da mesma. Contra mim falo que sou mulher de vários ofícios, mas esta malta tem muita coisa a acontecer ao mesmo tempo sem consciência plena do porquê de estarem ali, do que os move, do que os apaixona ou até mesmo, neste caso, do porquê do professor estar a ensinar de maneira diferente. Há que os lembrar que é possível VIVEREM o conhecimento que adquirem, seja qual for o contexto em que o processo é realizado e que esse processo ainda é melhor quando feito de forma humilde, em grupo e com respeito pelo próximo.

Estarei errada? Talvez este seja o desabafo mais aleatório deste blog. Mas era necessário ser feito. Continuarei a dizer que, antes de formar bailarinos, quero contribuir para a formação dos cidadãos do futuro. E esta é uma das minhas estratégias, que fique aqui registada. Isso não fará de mim melhor ou pior professora. Fará de mim professora-com-consciência-de-determinadas-falhas-que-podem-ser-resolvidas-com-paixão-pelo-que-faço.

Posso ser considerada como alguém que pensa fora da caixa. Não me importo porque é verdade. Essa caixa que é o processo ensino-aprendizagem em Portugal neste momento é muito pequenina e nem eu, nem as minhas paixões nem as minhas visões cabem lá dentro. Gosto de transbordar.

 

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Seg | 16.10.17

Bless Woman Conference - um dia com e para mulheres corajosas

Durante o dia de ontem estive presente numa Conferência da Bless Woman Agency, a Bless Woman Conference. Devo dizer-vos que fui com as expetativas altas, uma vez que conheço minimamente uma das suas fundadoras (a Margarida Pestana, da qual já falei aqui) para saber que ela não faz nada pela metade ou sem entregar totalmente o seu coração. 

Assim foi... Uma Conferência organizada diretamente da alma e do coração não só da Margarida como também da sua outra fundadora, a Susana Rodrigues, outra mulher extraordinária que tive a honra de conhecer e abraçar.

A manhã foi feita de muitas partilhas de mulheres coragem, cujas histórias nos levaram tanto às gargalhadas como às lágrimas de emoção. Histórias de vida que as levaram até ao ponto onde estão hoje e onde, algures, tiveram de ter alguns atos de "inconsciência" (como uma delas referiu ontem) para dar um salto de fé na direção do que as fazia felizes ou do que as fazia sentirem-se mais completas... mais elas mesmas.

Começámos de maneira LINDA com a querida Isabel Faia, passámos o testemunho à Sara Rodi, à Joana Freire, à Eva Barros, à Evódia Graça (que honra!), à Dora Dias, à Mafalda Rodrigues de Almeida, à Carolina Cruz, à Catarina Pinto, à Ana Prata e, por último, à Helena Magalhães (da qual fiquei fã ainda antes de ler o seu livro). Uma a uma trouxeram-nos as suas histórias e o que as fez tornarem-se nas deusas-mulheres empreendedoras, resilientes e fortes que são hoje. Verdadeiras inspirações vindas de oradoras REAIS com histórias e áreas de intervenção completamente distintas, sem filtros, sem tretas. Com muito do que fizeram de bom, mas sem nunca explicar o que fizeram de mal antes. 

Após o almoço, que foi no Estado d'Alma, e após um pouco de conversa informal, regressámos à Terra dos Sonhos (espaço lindo onde decorreu o evento) para iniciarmos a nossa tarde com dois workshops. O primeiro com a Margarida e a Susana, as criadoras da Bless Woman Conference e o segundo com a Lucia Borraccino.

O primeiro Workshop, com o tema "Eleva a tua voz" foi, de facto, elevado... Elevado no risco que a Susana e a Margarida correram ao nos trazer tamanha profundidade com ele! Como professora e dinamizadora de atividades completamente diferentes, sei que "trabalhos destes" ou correm maravilhosamente bem ou correm maravilhosamente mal, dependendo do tipo de pessoas que temos à frente e da aceitação que fazem dos exercícios propostos. E posso dizer que foi maravilhosamente bem recebido. Aí percebi que estava mesmo, mesmo, MESMO rodeada de mulheres brutais, que juntas resolveram explorar juntas áreas mais profundas e sair da sua zona de conforto. Toda eu era lágrimas por esta altura. Mas toda eu me sentia INTEIRA.

Depois, tivemos um workshop mais descontraído numa fusão entre o Yoga e o Samba. A única coisa contra foi o calor, mas desse ninguém presente tinha a culpa. Então resolvemos tentar ignorar e aproveitar. Foi tão bom. Suámos, mas descontraímos um pouco. A Lucia no final perguntou-me "You're a dancer, right?" e quando eu respondi que sim, ela presenteou-me com um sorriso cúmplice de "estamos juntas... sabemos o que é bom!" :P 

Terminámos a Conferência com o testemunho da querida Vânia Duarte, da Lígia Silva e da Soraia Rosa. E que honra que foi terminar o dia a ouvir estas três oradoras, com testemunhos tão diferentes e tão únicos.

Saí de lá não só com um saco cheio de mimos dos vários patrocinadores da Conferência, mas principalmente de coração cheio. Até apanhei os transportes públicos de volta a casa sem me enervar (raro em mim, que detesto confirmar nessas alturas que ser-se civilizado é uma arte que pouca gente domina naquele contexto). Dormi leve, serena e acordei com a cabeça cheia de ideias (mais ainda? Medo!)

No workshop que fizémos com a Margarida e com a Susana, a Margarida pediu-nos para escrevermos numa folha qual achamos que é o nosso propósito nesta vida. O que é que achamos que estamos cá a fazer, qual a nossa área de intervenção e qual o nosso papel principal nela. Depois, virou-se para mim e disse: a tua eu já sei.

Tenho de lhe perguntar qual é. Eu sei o que sou.. Mas até à data não me tinha lembrado de perguntar a mim mesma "para onde quero EXATAMENTE ir." Demasiadas ideias, demasiados contextos, demasiados interesses... ainda que nas mesmas duas áreas de intervenção e profissão. Chegarei lá no momento certo, há que confiar que sim.

Talvez me repita quando afirmo que estou profundamente GRATA por este dia. Por mim, era todos os meses. Faz bem ao corpo, ao coração, à alma e até mesmo à inspiração e à organização de ideias. É extraordinário o que se consegue fazer colocando na mesma sala várias pessoas empreendedoras, multi task, "sofredoras" de brainstorms como eu e com o mesmo tipo de pensamento: "Onde não puderes amar não te demores." (como referiu a Catarina Pinto).

MUITOS PARABÉNS Susana e Margarida! Foi uma honra estar presente na primeiríssima Conferência da Bless, das milhares que creio que estão para vir. Muito obrigado a todas as oradoras pelas suas partilhas, foi uma honra enorme estar perante todas vocês. Também foi brutal estar perante pessoas que já sigo nas redes sociais, incluindo bloggers como a Joana Clara do blog "Às cavalitas do Vento" ou a Andreia Moita, e também ter mulheres extraordinárias a virem ter comigo e a dizerem que adoraram o meu testemunho na revista "A Maria Vaidosa". Grata, mesmo!

Em suma, muitos parabéns Bless Woman Agency <3 Para o que precisarem, aqui estou!

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PS: A meio da manhã e da tarde tivémos um Coffee Break gentilmente cedido pela "Chamego meu Pão de Queijo", do qual a Eva Barros e o marido são proprietários e estava tudo, para além de delicisio, lindo até para "comer com os olhos".

PS1: Tive a honra de poder ter o meu primeiro livro "A Mica traquina quer ser bailarina" no Book Corner da Conferência, junto a outros livros de grandes mulheres <3

PS2: Colocarei fotografias em breve, assim que tiver em minha posse as da querida profissional que por lá esteve!

Seg | 09.10.17

Wishlist de Outono - versão "beauty"

Com a chegada do Outono (sim, eu sei que parece Verão, mas vamos continuar a ignorá-lo aqui por estes lados) todo um novo mood de maquilhagem e outros produtos de beleza chega até nós. Até agora, e com a chegada de algumas novidades, tenho a minha wishlist um pouco irreal a nível de investimento monetário (há outras prioridades e coiso e tal) mas vamos pensar de forma positiva: é uma wishlist de Outono, e o Outono são vários meses. Pode ser que, bem divididas as economias, cheguemos lá. Fingers crossed!

E vocês? Têm nesta wishlist algo da vossa também? E com que outros produtos de beleza têm em mente violar a vossa carteira este mês?

(cliquem nas imagens para mais pormenores)

 

 

 

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