Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Qua | 29.08.18

Sobre o livro "Bem-vindos a Joyland"

image.jpg

 

O livro "Bem-vindos a Joyland" é do romancista Stephen King, do qual gosto bastante pela simplicidade da escrita, contrastante com os enredos sempre ricos e criativos. A "fácil" interpretação que nos proporcionam as suas histórias dá-nos vontade de terminar a leitura dos livros no mesmo dia em que os abrimos pela primeira vez, e o "Bem-vindos a Joyland" não é exceção. É um thriller/policial narrado a maior parte do tempo por Devin Jones, um estudante que aceita trabalhar num parque de diversões durante o Verão para esquecer um desgosto amoroso. Só o facto da ação ser centrada num parque de diversões já me captou a atenção durante a leitura do resumo. Não é vulgar e, pelo contrário, é um local estranho para um livro deste tipo se desenrolar (o que torna tudo ainda mais interessante). Há sempre muitos estímulos pelos quais pegar na nossa imaginação, durante a leitura: as cores, as luzes, as atrações principais, os sons, os cheiros... Quer dizer, quem é que nunca foi a um parque de diversões? Ou pelo menos à festa da terrinha ou à feira popular? Com certeza que a partir destes momentos terão a base para se deixarem levar. Só que esta não é uma história feliz, de regresso à infância, de carrinhos de choque e algodão doce. É, como eu referi, um thriller/policial. E por isso, tem homicídio, suspeitos, fantasmas e, claro, relações de amizade, recuperações de desgostos e uma relação amorosa nada convencional. 

"Bem-vindos a Joyland" é um livro que achamos que sabemos como se vai desenrolar mas que, ao ler, nos apercebemos rapidamente do quanto estamos enganados. Muito à Stephen King. Aconselho muito!

 

Seg | 20.08.18

Lua de Mel dos Jotas #2 - Q&A sobre Marrocos

XFRE2722.jpg

Como prometido, compilei algumas das vossas questões sobre Marrocos e estruturei um post para responder a elas :) 

"Como se chama o local onde ficaram e os preços que praticam lá?"

Ficámos hospedados no Iberostar Club Palmeraie em Marrakech. Todos nos diziam que para vivermos a verdadeira experiência marroquina, devíamos ir para um Riad (habitações tradicionais dos centros históricos e urbanos em Marrocos). Até compreendo a ideia... no entanto, há que relembrar que estávamos em lua de mel. Apesar de querermos explorar o máximo possível, queríamos também momentos de descanso, de lazer, de estar numa piscina de papo para o ar, de não ter de fazer uma única refeição, de estarmos simplesmente livres para melhor desfrutarmos da companhia um do outro. E isso foi-nos possível no Iberostar, num regime de tudo incluído, em que só pegámos na carteira para comprar as excursões. Os valores totais não me recordo, mas garanto-vos que valeu muito a pena e não foi nenhuma exurbitância fora do comum dos resorts mais "em conta". Como o valor também varia consoante a época que pretendem e o número de dias, podem fazer a vossa própria pesquisa de valores aqui.

Gostámos bastante do local. Em comparação ao outro resort em que já estivémos (Bahia Principe, na Riviera Maya), era pequeno. No entanto, estava sempre extremamente asseado, o staff era incansável e de extrema simpatia, o buffet tinha muita variedade e qualidade (comida internacional e não apenas tradicional), os jardins estavam constantemente a serem cuidados, as piscinas eram excelentes (existia uma só para adultos, outra comum a todos e outra estilo parque infantil aquático), os quartos eram muito giros e com alguma decoração alusiva a Marrocos, ainda que mais moderna que a dos riads e eram limpos todos os dias (a não ser que indicássemos o contrário). 

A sua localização não é de facto central em Marraquexe, como nenhum dos resorts ou hotéis mais xpto. Os riads sim, são bastante centrais e baratíssimos (mesmo aqueles que parecem saídos de um filme das mil e uma noites). Mas como não pretendíamos andar mais do que um dia no centro de Marraquexe (queríamos explorar mais de Marrocos, bem para lá de onde estávamos), não nos afetou em nada. De qualquer modo, o resort tem autocarros gratuitos que nos levam e vão buscar ao centro de Marraquexe, a diferentes horas do dia. Permite-nos ir e voltar sem gastar dinheiro em taxis ou em alugueres de carro, deixam-nos e vão-nos buscar a um ponto específico e andamos por lá livremente o número de horas que escolhemos. Por exemplo, podemos apanhar o autocarro das 10h da manhã e regressar apenas naquele que lá vai recolher as pessoas às 22h. Este autocarro também não precisa de ter um número mínimo de pessoas para circular, apenas precisamos de marcar o nosso horário com um dia de antecedência.

CCUS0490.jpg

IMG_9798.JPG

JAJM3379.jpg

MCXQ7041.jpg

 

"Que língua falam para além do árabe?"

Falam francês fluentemente, mas devido ao "boom" do fluxo turístico, muitos marroquinos já "arranham" o inglês, o que para mim e para o João foi fundamental (e acredito que o seja para muito mais gente).

 

"Para quem quer explorar fora de Marraquexe, vale mais a pena alugar um carro e ir, ou reservar uma excursão?"

Pode ser o meu lado menos aventureiro a falar, mas sem dúvida que é preferível reservar uma excursão. Até pode ser apenas uma em que vos deixem lá de carro e regressem a outra hora para vos ir buscar, não importa. Deixem conduzir em Marrocos quem já está habituado, e mais importante... não tenham nas vossas mãos a responsabilidade de um carro por lá. Claro que é apenas a minha opinião, mas aquela malta é D-O-I-D-A a conduzir. Quando acharem que os iatlianos ou os gregos são um bocado tresloucados, lembrem-se que os marroquinos são tresloucados em triplo nesta questão. Dou-vos três exemplos (que vi mais do que uma vez, cada um): o primeiro exemplo, é três pessoas em cima de uma motoreta, todas sem capacete, a fazer uma rotunda a abrir e a olhar para o telemóvel; o segundo exemplo é baterem no carro, voltarem a bater, apitarem e continuarem caminho; o terceiro é que passadeiras não existem, assim como a prioridade em cruzamentos. O maranhal era sempre tal, que faziam filas de carros em sentidos completamente aleatórios.

Como a nossa moeda vale mais que a deles, as excursões não são nenhuma exurbitância, por isso vale bastante a pena neste caso. 

DSC_0433.JPG

"Sentiste-te segura?"

Depende. Se falarmos na questão da roupa, de me sentir observada, olhada, criticada por usar calções e camisolas curtas? Não, de todo. Acho que eles já ultrapassaram isso no que diz respeito aos turistas. 

Se me falarem noutro tipo de questões... algumas vezes não me senti segura. Não senti que pudesse fotografar em todo o lado, sob o risco de me pedirem satisfações ou até mesmo dinheiro (falo de locais públicos, não monumentos ou museus). Tive inclusive uma situação muito má na nossa ida ao centro de Marraquexe, na tão aclamada praça Jemaa El-Fna, em que um senhor pediu 400 dirahns ao João (equivalente a 40 euros) por ter tirado uma fotografia. Como o João disse que não dava, o homem partiu para a violência verbal e (quase) física, não fosse o João conseguir negociar com ele 10 euros (por algo pelo qual não tinha que dar um tostão); outra situação (que ocorreu em simultâneo com a confusão do homem da fotografia) foi uma mulher que me forçou a fazer uma tatuagem de henna, não me largando o braço enquanto a fazia, mesmo comigo a dizer-lhe para parar. Ela literalmente começou a tatuagem contra a minha vontade e veio ao meu encontro sem que eu sequer a visse ao longe, não havia espaço para mal entendidos. Quando viu que eu estava a pedir ajuda ao João, puxou-me para debaixo da banca dela (a uns 100 metros dali) e não me largou mais. Quando o João conseguiu livrar-se do homem, foi ter comigo até onde ela me tinha literalmente arrastado e a mulher disse-lhe que só me deixaria ir embora se lhe déssemos 50 euros. Negociados (a muito custo), foram mais 15 euros que tivémos de largar para nossa segurança, sob ameaça de chamarmos a polícia. 25 euros no total, entre o homem da fotografia e a mulher da henna, nos 40 minutos mais assustadores da minha experiência enquanto turista. 

Ainda assim, tenho conhecimento de muitas pessoas que não tiveram novelas destas por aqueles lados e se sentiram sempre extremamente seguras e fotografaram mundos e fundos, cores e texturas maravilhosas (para o que eu ia prontíssima). De facto, dentro do mercado não me senti ameaçada, ainda que tenha sido imediatamente após aquela experiência horrível, o que nos deixou de pé atrás. 

Óbvio que existem pessoas boas e más em todo o lado. Mas há que ter em atenção algumas das "tendências" locais. 

Dentro do Resort senti-me extremamente segura e totalmente descontraída, assim como em vários momentos nas excursões que fizemos. Acho sinceramente que os centros urbanos são piores que o interior. 

 

KQVY5923.jpg

 

"Quanto tempo demora um voo de Lisboa a Marraquexe?"

1 hora e 35 minutos se for em voo direto. Não vão pela TAP, ou ainda acabam com o voo cancelado e com horas eternas de espera com um mísero voucher de alimentação, e um voo com escala pelo qual não pagaram, por outra companhia aérea, chegando ao destino 12 horas depois do previsto (como nós).

 

"Para onde fizeram as excursões? E onde as compraram?" 

Uma delas não foi bem uma excursão, foi mais um serviço para chegada a um local que queríamos visitar e que tinha algumas atividades incluídas, nomeadamente andar de moto-4 e de camelo no deserto de Agafay e um jantar típico marroquino numa tenda gigante com animação de música e dança tradicional, também nas dunas. Foi a melhor experiência de todas. Também fizémos uma viagem de 4 horas até Ouarzazate, onde explorámos a Ksar of Hait Ben Haddou, património da Unesco, que já só conta com sete famílias a morar e onde foram filmados filmes como o Gladiador, o Aladino, o Asterix e Obelix, O Príncipe da Pérsia e por aí fora.. pelo caminho, parámos também para conhecer o palácio do Pacha El Glaoui em Télouet e para contemplar a cordilheira do Atlas e outras vistas maravilhosas que só mesmo nos confins de Marrocos podemos ver; no penúltimo dia fomos também às Cascatas de Ouzoud, e para lá chegar foram 3 horas de jipe. 

Todas estas excursões valem muito a pena, ainda que as duas últimas sejam "puxadas" a nível físico e também devido à "maçada" de carro que levamos. A que foi mais cara foi a excursão de Marraquexe até Ouarzazate, que foi o cerca de 70 euros por cada um, com almoço, a viagem ida e volta de jipe com ar condicionado e o motorista mais simpático de sempre incluídos. Valeu cada cêntimo.

Comprámos todas as excursões no resort, tendo assim a certeza de que nos iriam buscar e levar lá. Ainda assim, não deixam de ser empresas de fora que fazem parcerias, pelo que as poderiam encontrar pelas ruas também. Sendo viagens de longas horas e depois do pequeno "trauma", sentimo-nos mais seguros assim. Se conseguíamos ainda mais barato? Talvez, mas não ficámos a pensar no assunto.

 

Tarde e jantar no Deserto de Agafay

DSC_0450.JPGIMG_9923.JPGIMG_9922.JPG

DSC_0472.JPG

DSC_0470.JPG

DSC_0486.JPG

 

De Marraquexe a Ouarzazate - Cordilheira do Atlas, Telouét e Ksar of Hait Ben HaddouDSC_0488.JPG

DSC_0515.JPG

DSC_0525.JPG

DSC_0528.JPG

IMG_9993.JPG

IMG_9996.JPG

DSC_0549.JPG

DSC_0558.JPG

DSC_0569.JPG

DSC_0577.JPG

 DSC_0557.JPG

 

Cascatas de Ouzoud

DSC_0619.JPG

DSC_0645.JPG

DSC_0671.JPGDSC_0661.JPG

 

 

 

 

 

Seg | 13.08.18

Algarve 2018

39140654_525863164513743_1081270639676882944_n.jpg

Praia da Galé - Albufeira, Algarve

 

"Vale um sorriso" pelos bons momentos, pela família, pelo sol na cabeça e areia nos pés, pela água fria, o amor e a gratidão 🙏🏻💖 meu Algarve, não és bem "meu", mas és sempre uma mão que aterra no meu ombro e diz "agora respira", depois dos anos letivos cheios de loucura. Apresentaste-me amigos extraordinários, alguns que se mantêm e outros que são apenas lembranças felizes; deste-me muitas tardes de inspiração à beira da piscina ou deitada na areia da praia a escrever, desabafando (minha eterna terapia de criança e adolescente), expressando de forma criativa para o blog ou apenas porque sim, e até mesmo ajudando-me a preparar o trabalho para o ano letivo seguinte. Tens um cheiro característico de maresia e um perfume que não sei desvendar. Nem sempre posso ir até ti, mas quando vou (e vou a maioria das vezes), és como um velho amigo carregado de boas memórias, e és também a promessa de tantos novos momentos.