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Palavra de Bailarina

Para além de dançar o Mundo, gosto de escrevê-lo

Dom | 13.03.16

Freezing moments

Desde miúda que sempre adorei captar momentos através das câmaras. Aliás, creio que a primeira vez que juntei dinheiro na minha vida foi para comprar uma máquina fotográfica (daquelas ainda com rolo). Tinha cerca de 8 anos, vendi pulseiras, colares e aneis que fazia de missangas e fui amealhando todo o dinheiro possível (claro que os meus pais ajudaram imenso).

Depois cresci e tive algumas outras máquinas, entrando já na era Digital. Tive algumas, não muitas, até porque não eram propriamente baratas (e claro, à medida que fui crescendo, a prioridade passaram a ser os telemóveis e os cursos e workshops de dança que iam aparecendo, para além da roupa para o efeito). Mas nunca, nunca deixei de fotografar. E comecei a gostar ainda mais de o fazer quando comecei a viajar com maior frequência. Captar pessoas, culturas, essências diferentes. Mas comecei a ficar um pouco desiludida com as máquinas compactas (principalmente porque a última, como souberam neste post, deu muitos problemas). Então o meu namorado, o melhor do Mundo, um dia apareceu-me em casa com uma Nikon D3200 para me oferecer, sem motivo, sem celebração, sem algo que me fizesse prever o gesto. Disse-me em tom de brincadeira "Vá, agora já podes parar de refilar por causa da máquina que tens". E eu chorei, feita parva a olhar para o meu "brinquedo" novo. Foi das melhores prendas que já recebi, principalmente porque não estava de todo à espera.

Claro que a explorei ao máximo, mas sozinha é dificil entender determinadas definições, e principalmente a beleza do seu modo Manual. Foi então que descobri os Workshops de iniciação à fotografia do Tiago Figueiredo e resolvi inscrever-me. No meio de todos os meus afazeres, tinha de arranjar "data e solução" para conseguir ir, era uma das resoluções para 2016 e quanto mais cedo, melhor.

Antes que comecem a pensar "Mais uma que viu o que 'a Pipoca mais Doce' foi fazer e resolveu fazer o mesmo." Nada disso. Pesquisei todos os Workshops existentes e possíveis, comparei todos os conteúdos, os preços, o tempo de formação e entendi que o Tiago era a melhor opção por várias razões, desde a localização, às datas, ao tempo de workshop, mas também devido aos conteúdos (tive de meter a mão na consciência e entender o quão leiga sou no que toca à fotografia e o que era prioritário aprender). E outro dos grandes (e principais) motivos para escolher o Tiago foi o trabalho que tem desenvolvido (podem acompanhar aqui). É um estilo que me interessa, muito humano, muito cru e ao mesmo tempo cheio de essência. É muito foto-jornalístico sem perder a poesia. É um trabalho que nos leva a conhecer histórias de vida (e outras vezes, a tentar decifrá-las). Um trabalho com muito tato e principalmente com muito amor à profissão. 

Foi esta a expetativa com que fui para o Workshop, acompanhada da minha Nikon. Mas foi muito mais além do que esperava. Cada "formando" teve a oportunidade de conhecer a sua máquina e de estreitar laços com ela. Entender como funciona, o que nos pode dar e como nos pode dar. Trabalharmos em uníssono com estes "brinquedos" leva tempo, mas havemos todos de lá chegar. Durante o workshop, tivémos um perfeito equilíbrio entre a teoria e a prática, sempre de forma muito informal mas cheia de conteúdo. À medida que fomos aprendendo a manusear individualmente as máquinas, fomos para a rua fazer alguns exercícios pelo Chiado, Bica e Bairro Alto fora. Fui completamente desafiada quando nos pediu para conseguirmos retratos de 3 pessoas em meia hora. Foi, sem sombra de dúvidas, algo muito assustador para mim, custou-me entender como poderia abordar alguém na rua para fotografar e depois ainda tentar que a fotografia captasse um pouco da essência  e história da pessoa. Mas lá me safei ! (obrigado aos três simpáticos seres que contribuíram para o meu "dever cumprido"). Pudémos também ver e apreciar o trabalho de vários fotógrafos que o Tiago nos foi "apresentando", mostrando os seus projetos e os vários estilos que os diferenciava. Falou também do seu trabalho, que para mim é inspirador, e foi dando feedback dos nossos exercícios individuais cada vez que voltávamos à "sala", o que foi excelente (aprendemos com os nossos erros e apreciámos a qualidade não só do que fizémos, como do que os outros colegas conseguiram fazer). Conheci pessoas muito interessantes e todas muito diferentes, o que é sempre maravilhoso. 

Em suma, foi uma experiência que já queria ter há muito e que em nada me desiludiu. Estou ainda mais apaixonada pela minha Nikon, pelo mundo da fotografia, e principalmente pelo fotojornalismo. Sinto-me inspirada a continuar a evoluir e a desenvolver alguns projetos. Tenho, como sempre, a cabeça a fervilhar com ideias. Mas essas, só lá mais para a frente :)

Sim, eu sei, sou um bocado "multi-task". Mas não me interpretem mal, não sou menina de me entusiasmar com algo e depois deitar fora. Interpretem-me antes como uma apaixonada pela vida e pelas artes, tenham elas o formato que tiverem. E quanto mais aprender e absorver sobre aquilo que me fascina, mais sinto que dou valor à minha existência.

Deixo-vos algumas fotografias que tirei durante a formação. Agora sim, vou parafrasear um pouco a blogger Ana Martins: expetativas baixas, está bom? Não estalei os dedos e tornei-me fotógrafa. Sou completamente amadora, com muito por aprender. Ainda assim, espero que gostem :)

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